Dados do CNJ apontam 163 óbitos e 18.081 casos confirmados de servidores no sistema prisional

Carlos Vítolo

Imprensa Sindcop

De acordo com o último levantamento do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), sobre o monitoramento semanal dos casos de contágios e mortes por Covid-19, entre servidores, com dados fechados na última segunda-feira (5) e publicado nesta quarta-feira (7), o sistema prisional do país tem o total de 163 óbitos registrados. Segundo os dados, foram realizados 69.272 testes.

O levantamento destaca ainda que foram confirmados 18.081 casos de Covid-19 entre os servidores do sistema prisional do país. O Estado de São Paulo é o que possui maior número de óbitos, com total de 68, segundo o documento, até o dia 5.

Confira abaixo a evolução dos casos entre os servidores no país.

Segundo o CNJ, o levantamento é feito a partir de informações provenientes de diferentes fontes dos poderes executivo e judiciário estaduais, incluindo dados repassados pelos Grupos de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário (GMFs), boletins epidemiológicos de secretarias estaduais e dados informados ao Departamento Penitenciário Nacional (Depen).

De acordo com o boletim da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), atualizado nesta quarta-feira (7), são 69 servidores que foram a óbito no sistema prisional. O boletim aponta que foram confirmados 2.126 casos por exame PCR e 1.257 casos positivos em teste rápido. Confira os dados do boletim abaixo.

Apesar do número apresentado pela SAP, o Sindcop aponta que há casos não registrados na contagem do informativo da secretaria, e que o total de servidores mortos é de 79.

O presidente do Sindcop, Gilson Pimentel Barreto, disse que os números reais, vão muito além dos números oficiais do governo. “Temos colegas morrendo de Covid-19 e que ainda não foram contabilizados porque aguardam exames, ou porque os exames foram feitos de forma particular, e não na rede credenciada”, disse Barreto.

De acordo com o sindicalista, isso foi dito pelo próprio secretário da Administração Penitenciária, Nivaldo Restivo, em reunião com sindicalistas da categoria.

A SAP começou a divulgar os dados da Covid-19 nas unidades prisionais em julho do ano passado, por determinação da Justiça. No primeiro boletim, em 7/7/2020, o boletim apontou que 19 servidores haviam morrido por Covid-19 nos presídios.

Em linhas gerais, os casos se referem tanto a policiais penais quanto a demais servidores, uma vez que a SAP não especifica funções nem outros detalhes, apenas aponta os números.

VACINA

» Policiais penais começam ser vacinados e Sindcop cobra divulgação dos critérios de imunização

Na última segunda-feira (5), teve início da imunização dos policiais penais contra a Covid-19. Logo no primeiro dia, o Sindcop recebeu diversas reclamações em relação aos critérios adotados pela SAP para vacinar os servidores.

As reclamações se deram pelo fato de que a secretaria não divulgou detalhes da imunização aos servidores, o que gerou muitas dúvidas e descontentamentos por parte de servidores que não conseguiram ser imunizados.

Segundo publicação no site da SAP, a imunização vai contemplar os profissionais que estão na linha de frente de atuação e que “todos devem procurar sua unidade de lotação para obter informações e sanar dúvidas sobre a vacinação”, descreveu o texto. Apontou ainda que as doses são aplicadas pelas equipes de saúde dos 178 presídios em mais de 30 mil servidores. Por fim, pede para que os servidores façam um cadastro prévio para agilizar a vacinação.  O cadastro é feito no site https://vacinaja.sp.gov.br.

» Sindcop oficia coordenadorias

Diante das reclamações dos servidores em relação à falta de orientações e informações, o Sindcop solicitou das coordenadorias das unidades prisionais, por meio de ofício, a divulgação dos detalhes sobre a imunização.

Diretores do Sindcop constataram que os servidores que estão de licença médica não serão imunizados contra a Covid-19. Também não serão vacinados contra a doença aqueles servidores que aguardam a aposentadoria e que esperam pela publicação no Diário Oficial do Estado (DOE).

O Sindcop apurou denúncia apontando que, embora esses servidores não tenham sido enquadrados nos critérios do governo para a imunização contra a Covid-19, os mesmos teriam recebido os documentos para que assinassem, como se tivessem sido vacinados.

No ofício encaminhado às coordenadorias, o Sindcop questiona os critérios que estão utilizados para a vacinação e que não foram devidamente divulgados. O Sindcop quer saber da SAP se todos os servidores da pasta serão vacinados nessa fase, inclusive, os lotados nas coordenadorias. Caso a resposta seja negativa, o sindicato cobra uma justificativa e quais os motivos.