O sindicato avalia que a proposta não chegou nem perto das necessidades dos policiais penais e demais servidores do sistema prisional. Projeto ainda não está na Alesp.
Carlos Vítolo
Da Redação – SINDCOP
Em anúncio feito no início da tarde desta quinta-feira (10), o governo de São Paulo apresentou uma proposta de aumento salarial de 20% para servidores da segurança pública e saúde. Também foi anunciado 10% para os demais servidores estaduais.
Apesar do anúncio de 20%, e do governo dizer que espera começar a pagar o reajuste a partir de 1° de março, o projeto ainda não foi enviado para a Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo), o que deverá ocorrer somente na próxima semana, onde precisa ser votado e aprovado.
Pela manhã, o presidente da Alesp, deputado Carlão Pignatari (PSDB), esteve reunido no Palácio dos Bandeirantes com o governo para tratar do assunto. “Estamos otimistas que a Assembleia debaterá e aprovará. Não vejo nenhuma razão para que isso não aconteça”, afirmou o governador durante o anúncio.
O presidente do SINDCOP, Gilson Pimentel Barreto, destacou que é necessário fazer uma análise no projeto de lei para somente então ter mais detalhes na forma como o reajuste foi concedido. “A princípio vejo mais prejuízo que vantagem. Muitos servidores deverão inclusive perder o vale alimentação, além do fato de que aumentará o desconto no imposto de renda. Assim que o projeto for protocolado teremos uma posição mais concreta e uma análise real para a categoria”, disse o presidente.
O Diretor de Assuntos Jurídicos do SINDCOP, Carlos Eduardo Piotto, apontou que o reajuste não chega nem perto daquilo que de fato a categoria necessita. “O índice deveria ser de 60%, 70%”, disse Piotto. O sindicalista destacou também que haverá aumento no imposto de renda, na Previdência e na contribuição junto ao Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (Iamspe). O diretor destacou também que o sindicato continua lutando e cobrando o governo por aumento valor do ticket alimentação e retirada do teto. Piotto lembra que o último reajuste da categoria ocorreu em 2019, com índice de apenas 5%.
Para o secretário do SINDCOP, Carlos Neves, o anúncio da reposição salarial foi abaixo do esperado e abaixo das reinvindicações que foram feitas ao governo Doria. “As perdas salariais, em virtude do aumento do Iamspe, Previdência, desconto do imposto de renda, acabaram defasando muito o salário. No caso dos aposentados, as perdas são maiores ainda, já que ganharam de presente o confisco de até 16% sobre a aposentadoria”, disse Neves. O diretor destacou que “é importante analisar o que está descrito no projeto que será encaminhado para aprovação na Alesp e verificar se não haverá mudanças que prejudique os trabalhadores”, finalizou.
O SINDCOP vai acompanhar de perto na Assembleia Legislativa o protocolo do projeto de lei do Executivo para fazer uma análise mais detalhada e orientar os servidores.