Evento conta com o apoio do SINDCOP
Inês Ferreira
Um encontro inédito, organizado pela policial penal e blogueira Fabiola Castilho, vai reunir mulheres que trabalham no sistema prisional de várias partes do país. O 1º Fórum no Estado de São Paulo em busca de Valorização, Reconhecimento e Respeito, será realizado no dia 12 de março, na Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo) e conta com o apoio do SINDCOP.
“Trabalhamos num ambiente masculino, onde muitas mulheres sofrem assédios moral e sexual e são vítimas de preconceitos. Queremos que as pessoas saibam o que é o trabalho dessas mulheres, para que elas sejam reconhecidas e respeitadas”, afirmou Fabiola Castilho.
Fabiola trabalha há sete anos no sistema prisional paulista – atualmente está lotada numa das unidades femininas de Pirajuí. Ela é autora do blog “Guerreiras no Sistema Prisional – Polícia Penal”, o primeiro dedicado a debater os problemas de mulheres do sistema prisional. A ideia de construir um blog teve início numa das viagens de mobilização que ela fez a Brasília, promovida pelo SINDCOP.
“Foi um choque ver a diferença da realidade dos políticos comparada à população. Achei uma vergonha o posicionamento de alguns deputados e me perguntei – o que estou fazendo para melhorar este país?”, contou a policial.
Em 2019, após criticar os comentários da jornalista Raquel Sheherazade, sobre o sistema penal, o blog “Guerreiras no Sistema Prisional – Polícia Penal” teve um grande aumento nas visualizações e se tornou conhecido nacionalmente.
Invisibilidade e preconceito

Segundo a blogueira, em muitas profissões que envolvem a mão-de-obra feminina as trabalhadoras são apresentadas bem vestidas, maquiadas, bonitas e bem sucedidas. Quando se trata de sistema prisional ocorre justamente ao contrário, geralmente as policiais são estereotipadas, masculinizadas e desleixadas.
“Essas mulheres não falam sobre sua profissão. Primeiro, porque elas temem por suas vidas, já que esta é a segunda profissão mais perigosa do mundo. Segundo, porque algumas têm vergonha de dizer que trabalham num presídio, porque suas imagens são associadas à bandidagem”, diz a policial penal.
Conforme ela, esse evento será o primeiro passo para “quebrar esse paradigma”.
“Queremos que essas mulheres sejam vistas de outra forma, com mais respeito, sendo valorizadas pelo trabalho que elas desempenham”, concluiu.
Conforme ela, embora o evento seja destinado a mulheres a participação é aberta a outros gêneros.
Programação
Palestra: “Mulher Policial Penal: Trajetória e Estigmas – Uma História de Competência”.
Palestrante: Aline Lara Dias Atanásio
Policial Penal/ SP – Pedagoga
Diretora do SINDCOP
Palestra: “Aspectos Gerias do Sistema Penitenciário Paulista”
Palestrante: Dra. Adriana Martotrelli
Doutora em Ciências IPQ/USP
Especialista em Direitos Humanos FADUSP
Direito Ambiental FSPUSP
Palestra: “A Mulher Policial Penal: Sua Força e Importância para o Sistema Penitenciário”
Palestrante: Edleidy Pereira dos Santos Rodrigues
Bacharel em Direito, Policial Penal em Goiás
Coordenadora Administrativa da Superintendência de Segurança Penitenciária do Estado de Goiás
Palestra: “O Impacto das Atividades Profissionais de Mulheres Policiais Penais na Saúde Física Mental”
Palestrante: Vânia Regina de Souza
Policial Penal
Psicóloga e diretora do SINDCOP
Palestra: “O Impacto da Mulher nas Profissões Atuais e Suas Vitórias no Dia a Dia X As Guerras Palestrante: Travadas em Suas Profissões com o Mundo de Preconceitos”
Dra. Márcia Póvoa
Advogada, conselheira da OAB
Serviço
• 1º Fórum no Estado de São Paulo em busca de Valorização, Reconhecimento e Respeito.
• Data: 12 de março
• Horário: 14h às 18 horas
• Local: Auditório Teotônio Vilela, Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo)