A diretoria do SINDCOP (Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária e demais Servidores Públicos do Sistema Penitenciário Paulista) esclarece a população, especialmente os ouvintes do programa Jornal da Manhã, da rádio Jovem Pan de Bauru, que as informações do vereador Benedito Antônio Meira sobre o antigo IPA (Instituto Penal Agrícola), no programa Jornal da Manhã, que foi ao ar dia 28 de janeiro, estão equivocadas.
Há anos, o SINDCOP reivindica ao governo de Estado uma solução para os problemas do sistema prisional paulista, incluindo Bauru, com o objetivo de melhorar o ambiente de trabalho dos servidores e a segurança da população.
Prova disso, é que fomos contra transformação das unidades prisionais que eram de regime fechado para o regime semiaberto. Na época, alertamos a população e as autoridades municipais que a cidade se transformaria em um “Carandiru a céu aberto”. Porém, não fomos ouvidos.
Somente há três anos, quando ocorreu o motim no antigo IPA (Instituto Penal Agrícola) é que a cidade acordou para o problema.
Causou-nos espanto o temor da população quando circulou a falsa informação de que todos os cerca de 1.400 presos do CPP 3 (Centro de Progressão Penitenciária) haviam evadidos.
Porque temer somente esses detentos evadidos se a cidade de Bauru convive com a presença de mais de 6 mil presos em regime semiaberto, que circulam pela cidade, principalmente nas saidinhas?.
Vereador, o medo da população deve ser diário.
O perigo não está presente somente nas imediações do antigo IPA, mas em todas as regiões da cidade. Não é força de expressão dizer que Bauru é um Carandiru..
Temos quatro unidades prisionais, sendo uma de regime fechado e as outras três de semiaberto. Esses detentos vivem amontoados em três unidades – duas delas que tem capacidade para cerca de 1.500 presos, mas abrigam quase 2.500. Uma verdadeira panela de pressão.
Esses detentos, senhor vereador, não promovem motins e rebeliões por causa do trabalho bem feito dos parcos servidores que trabalham nas unidades prisionais, cuja proporção desrespeita o recomendado pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Dizer que não existe motim ou rebeliões porque as unidades tem acordo com o crime organizado e porque são feitas concessões aos detentos é o mesmo que afirmar que todos os servidores tem pacto com o crime, incluindo o próprio governo de Estado. Isso não é verdade.
Os polícias penais não os responsáveis pela superlotação do sistema prisional. Os policias penais não são políticos, são servidores públicos que trabalham no anonimato para dar segurança para a cidade.
E foi justamente por isso que o SINDCOP defendeu que o antigo IPA não fosse desativado. Defendemos que houvesse uma redistribuição dos detentos para minimizar o problema da superlotação das unidades prisionais de Bauru.
Senhor vereador, senhores jornalistas da Jovem Pan, não adianta armar uma bomba relógio para Bauru ao preço da construção de uma Escola Militar que favoreceria apenas três ou quatro grandes empreendedores imobiliários.
Não somos contra a construção da escola. Somos contra o desmantelamento e o descaso com a segurança da população, que ao abrir mão de uma unidade prisional como a do antigo IPA, só agrava o problema de segurança pública da cidade.
Tudo isso para quê? Para favorecer dois ou três empresários que querem lotear as áreas em torno do IPA. Essas áreas tem menor valor no mercado imobiliário por causa da presença da unidade prisional. Tirando o IPA as áreas são valorizadas e a população fica assombrada com a presença de 6 mil presos, onde caberia cerca de 1.600.
O SINDCOP defende a manutenção do IPA e a permanência de todos os servidores que trabalham no local, em Bauru.
O SINDCOP defende mais investimentos na segurança dos cidadãos bauruenses e que vereadores, como o senhor, lutem para aumentar a contrapartida do Estado para a cidade, já que esse grande número de presos que circulam em Bauru disputam o uso de serviços públicos com outros cidadãos que não cometeram nenhum crime. A esse respeito não se houve debates e apresentação de soluções.