Servidor não é carrasco!
A diretoria do SINDCOP (Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária e demais Servidores Públicos do Sistema Penitenciário Paulista) se solidariza com os policias penais do estado do Espírito Santo, que foram acusados pela advogada Gyselly Bicalho Abreu de torturar presos nas unidades capixabas.
Durante o programa BBB Brasil, da Rede Globo, a advogada que afirmou fazer parte da Comissão de Direitos Humanos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), disse:
– “Eu estou do outro lado. Não estou falando do que os presos fazem, mas do que o Estado faz, o que é pior. Porque estou (preso) na garantia do Estado e você (Estado) tem garantir condições básicas…saúde, educação…Mas eu estou falando que você está preso, ai vem um agente do estado que tem que garantir sua integridade física e te bate, te dá um esculacho… gás de pimenta na sua cara, enfia cabo de vassoura onde você faz cocô e te arrebenta tudo por dentro”.
Prezada advogada, entendemos que o ambiente prisional é cercado de mistérios e que qualquer comentário a esse respeito pode elevar os pontos de audiência de um reality show. Mas, não podemos aceitar que a senhora use esse tema para ofender a imagem de servidores do sistema prisional.
Suas afirmações deixam claro que, como advogada, e representante de uma entidade tão respeitada no país, como a OAB, a senhora desconhece totalmente o sistema prisional.
Suas afirmações são superlativas, de um sensacionalismo chulo e impróprio para uma profissional que trabalha com a defesa dos Direitos Humanos.
Há muito que as unidades prisionais brasileiras trabalham com profissionais qualificados e capacitados, que evoluíram no trato com o ser humano e por isso não devem ser comparados com carrascos.
Estes profissionais lidam com criminosos de todos os tipos: estupradores, assaltantes, latrocidas, genocidas, patricidas e até ladrão de galinhas.
O trato com esses detentos segue normas pré-estabelecidas e são monitoradas e fiscalizadas por diversos profissionais, inclusive pelas Pastorais Carcerárias da OAB.
Por conhecer tão bem o ambiente prisional, a senhora sabe que qualquer agressão a presos é imediatamente denunciada e chega rapidamente às redes sociais – com o avanço tecnológico fica muito difícil esconder essas atitudes.
Nós, Policiais Penais não somos concursados para torturar outro ser humano. Não somos contratados para servir de algozes. Somos servidores públicos, que todos os dias arriscamos nossas vidas nos corredores das unidades prisionais, para garantir a segurança de pessoas, iguais a senhora.
Não é justo generalizar e falar em rede nacional, numa emissora com tanto prestigio que somos torturadores.
Lamentamos suas colocações e também a conivência da Rede Globo que não fez qualquer tipo de observação a respeito e não solicitou a senhora que se retratasse.
Como representantes de servidores públicos repudiamos sua postura e sugerimos que a senhora, ao sair dessa “ilha da fantasia” se dedique mais a coleta de informações reais sobre o sistema prisional brasileiro. Para isso, nos colocamos a sua disposição.