Policiais Penais do semiaberto de Prudente suspeitam de presos transferidos com alta temperatura e chamam SINDCOP para averiguar

O Diretor da Subsede de Venceslau, José Cláudio e o advogado Bruno Carminatti estiveram na unidade para conversar com os servidores e com o diretor geral.

Carlos Vítolo

O SINDCOP recebeu a denúncia de servidores do semiaberto de Presidente Prudente, de que três presos foram transferidos para a unidade prisional e que havia sido constatado que estavam com temperatura elevada e tosse.

Diante do atual quadro de pandemia, provocada pelo Covid-19, os servidores ficaram receosos e decidiram chamar o sindicato para averiguar os fatos junto a direção da unidade.

Foram destacados para a unidade o Diretor da Subsede de Venceslau, José Cláudio e o advogado Bruno Carminatti, que se reuniram com os funcionários para buscar detalhes do fato.

De acordo com os servidores, no final da manhã desta terça-feira (31), o semiaberto recebeu três presos vindos por transferência das penitenciárias de Mirandópolis e Pacaembu, e os mesmos apresentavam elevada temperatura corporal, em torno de 38 graus, e tosse. Os funcionários relataram que, segundo a médica, poderia ser hipotermia ou alguma outra hipótese que poderia ter aumentado a temperatura dos presos em razão do calor da região. (A hipotermia é a temperatura corporal reduzida que acontece quando um corpo dissipa mais calor do que produz internamente durante tempo suficientemente prolongado).

De acordo com as informações, a médica colocou os presos em um local de sombra e depois aferiu a temperatura, constatando que apresentavam 37,2 graus. Em seguida fez outros procedimentos para constatar se apresentavam sintomas de Covid-19, porém, todos os foram negativos, no entanto, a médica recomendou que os três ficassem no isolamento, na enfermaria, por 12 dias, para se observar qualquer possível sintoma.

Funcionários relataram que chamaram a direção do presídio para que os presos não ficassem na unidade, no entanto, a inclusão foi feita e os três foram encaminhados para o isolamento.

Os policiais penais do semiaberto também reclamaram ao SINDCOP sobre a falta de álcool gel, luvas e máscaras. De fato, durante o período que a reportagem esteve na unidade, não foi visto nenhum servidor usando luvas ou máscaras e, ainda, flagramos um recipiente vazio na portaria, que deveria conter álcool gel, conforme foto.

Após a conversa com os funcionários, o diretor do SINDCOP e o advogado conversaram com o diretor da penitenciária e do semiaberto, José Carlos dos Santos, que disse que os materiais de proteção e segurança já estavam na unidade e que seriam entregues aos funcionários até o final do dia, salvo as máscaras, uma vez que está em falta na região. (Até o fechamento da reportagem não foi possível constatar se realmente os materiais foram entregues aos funcionários).   

De acordo com informações fornecidas pela SAP, o semiaberto tem capacidade para abrigar 247 presos e está com uma população de 692.

Suspensão da saída temporária do semiaberto

A Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), informou que as saídas temporárias dos sentenciados do regime semiaberto foram suspensas. As saídas eram para ter ocorrido entre os dias 17 e 23/3, mas, de acordo com nota da secretaria, “retornando ao cárcere, teriam elevado potencial para instalar e propagar o coronavírus em uma população vulnerável, gerando riscos à saúde de servidores e de custodiados”. A SAP destaca que o Poder Judiciário interrompeu momentaneamente as saídas temporárias para assegurar a concessão do benefício em data oportuna.

Colabore com o SINDCOP enviando informações das unidades

O SINDCOP está acompanhando de perto a grave pandemia do novo coronavírus e já cobrou a SAP, por meio de ofício protocolado, que o órgão público efetive ações para a prevenção do contágio do Covid-19 no sistema penitenciário. O sindicato solicita a todos os servidores das unidades prisionais, que enviem dados e informações diárias sobre a situação, para que o sindicato possa produzir boletins, atualizar e orientar a todos, além de cobrar o governo. Os dados podem ser enviados por meio do aplicativo WhatsApp (14) 99762-7130 / (14) 99842-5509.