Funcionário da Penitenciária de Marília e membro do GIR, Edson Azevedo precisa de apoio para ajudar a bancar a viagem
Edson de Azevedo trabalha há 20 anos como Agente de Segurança Penitenciária. Membro do GIR (Grupo de Intervenção Rápida) e funcionário da Penitenciária de Marília, sua rotina de atividades vai além dos plantões dentro da unidade.
Aos 41 anos de idade, ele é o terceiro melhor atleta máster da América do Sul na modalidade lançamento de martelo, esporte olímpico que pratica desde a juventude. Na época, participou de competições e chegou a ser vice-campeão brasileiro em dois anos.
“Era uma modalidade que ainda estava crescendo no Brasil e não tinha tanta tradição”, conta Edson. “Aí eu parei, e logo em seguida prestei o concurso. Trabalhei 13 anos em Álvaro de Carvalho e estou há 7 em Marília”.
Depois que voltou a competir, em 2017, não parou de conquistar títulos e várias medalhas, em campeonatos regionais, estaduais e de nível nacional.

Agora o ASP multicampeão quer expandir seus objetivos para competições internacionais. Em maio ele participa do “Gran Prix Mercosul”, no Uruguai. No final de julho tem o “Meeting Internacional de Atletismo Master”, no Paraguai e entre 13 e 18 de agosto o maior sonho do atleta: participar do World Police Fire Games, em Chengdu, na China. O campeonato envolve competidores que trabalham nas forças de segurança.
Edson conta com apoio dos colegas de trabalho, mas não possui um patrocínio que banque suas viagens. “Eu corro atrás. Mas por exemplo, o tempo que eu gasto para ir atrás de apoio, eu deixo de treinar”, afirma.
Filiado do SINDCOP há quase 10 anos, ele veio visitar a sede da entidade, em Bauru, e contou um pouco sobre a presença do esporte na sua vida. Confira a entrevista.
A volta ao esporte
Fiz muitas amizades no esporte. Um amigo meu da época que eu competia se tornou treinador, e me pediu para que eu fosse dar um apoio. Fazer a prova nos jogos regionais, porque ele não tinha ninguém para competir.
Aí fui do jeito que eu estava. Treinei um mês. E mesmo assim acabei em terceiro lugar, e com uma marca expressiva.
Na competição eu conheci um atleta máster que veio competir por Marília. E ele viu meu resultado e falou que com a minha idade (40 anos), eu seria um dos melhores do Brasil no máster.
Trajetória de conquistas
Em questão de um mês já fui para o campeonato paulista, e ganhei. No mês seguinte fiquei em segundo no campeonato brasileiro. (2017).
Em 2018 eu desde o começo do ano me preparei. Consegui fazer uma clínica com um técnico internacional, em São Caetano do Sul. Os cinco melhores profissionais do Brasil na modalidade também estavam lá.

Em abril ganhei um circuito do campeonato paulista. Depois fui para Porto Alegre (RS), participar do primeiro evento de arremesso de martelo na América do Sul dedicado aos atletas máster, e ganhei.
Depois fui para os Jogos Regionais, em Marília, e fiquei em segundo lugar. No mesmo mês fui para o Rio de Janeiro disputar o campeonato carioca, e também ganhei. Em agosto, ganhei o paulista mais uma vez e, em outubro, participei do campeonato intercolonial, da colônia japonesa, em São Paulo, e ganhei.
Já em novembro, no campeonato brasileiro, fiquei em segundo no martelo, e só não ganhei porque estava lesionado.
Objetivos no futuro
Esse ano (2019), tenho a intenção de participar de um campeonato na China, que envolve competidores que trabalham nas forças de segurança. É o World Police Fire Games, em Chengdu.
Além dessa competição, meu objetivo é tentar ir no Gran Prix do Mercosul, em maio no Uruguai. Em julho tem o “Meeting Internacional de Atletismo Master”, em Assunção, no Paraguai.
Então o foco são essas duas competições sul-americanas e a outra que é a nível mundial.

Fora isso tem a Copa do Brasil, em junho, e os campeonatos estaduais, que também são bons, o carioca, o gaúcho, o alagoano. Se pudesse, iria em todos.
Custeio
A unidade sempre me ajuda com a passagem até a capital. Se for em outro local de São Paulo, ou em outro estado, aí eu arco com tudo sozinho com as despesas.
Eu corro atrás. Mas por exemplo, o tempo que eu gasto para ir atrás de apoio, eu deixo de treinar. Eu já treino nos dias de folga. Após o plantão de 12 horas, às vezes eu faço algum treino de condicionamento físico Mas a parte técnica é só no dia de folga.
Lá em Marília tenho parceria com uma academia e um clube, que não me cobram. E tem os amigos também. Muitas vezes fazemos vaquinhas, rifas.
Benefícios no trabalho
Depois que comecei a fazer algumas atividades com os colegas de trabalho, percebi que eles se animaram também. Aí o pessoal do GIR resolveu montar uma equipe de alongamento. A gente chega, e antes de fazer qualquer atividade damos uma alongada.
Até o pessoal da unidade apoiou, e considerou excelente a iniciativa, até porque serve de incentivo para outras pessoas começarem alguma atividade física.
Eu mesmo voltei a competir para buscar qualidade de vida e saúde. Só que com o talento veio a questão das competições. Todo mundo deveria poder procurar uma atividade.
O esporte para o agente penitenciário é essencial. Você já levanta disposto, e você só quer trabalhar bem para que no outro dia também possa sair dali bem. Se você pegar pra fazer um exercício um pouco melhor, no outro dia você vai estar relaxado. Nosso organismo é como uma engrenagem, se nós entrarmos no sedentarismo, do serviço pra casa e da casa pro serviço, viramos um robô.
