Internacional de Serviços Públicos declara apoio à greve da educação

Entidade ressalta o caráter suprapartidário da manifestação e afirma que já ultrapassou os limites do meio sindical

A Internacional de Serviços Públicos (ISP) divulgou uma nota em apoio à greve nacional da educação, que ocorre amanhã (15) em todo país. A entidade entende que o movimento surgiu da “mobilização de estudantes, professores e trabalhadores, em especial das universidades públicas, em defesa dos princípios de autonomia nacional e desenvolvimento cultural, científico e econômico do povo”.

Além disso, a organização ressalta que a greve nacional da educação “extravasa limites partidários e sindicais e já acumula o engajamento de diferentes tendências políticas”.

Membro da ISP desde maio de 2018, o SINDCOP é a primeira entidade de defesa do servidor penitenciário, na América Latina, a participar da organização. A entidade está presente em 163 países do mundo e representa 20 milhões de trabalhadoras e trabalhadores, considerada a maior organização internacional de servidores públicos do mundo. 

A nota da ISP foi assinada por Jocelio Drummond, Secretário Regional das Américas da ISP e Denise Motta Dau, Secretária Subregional do Brasil.

Confira a íntegra do documento:

Nota da ISP em apoio à Greve Nacional da Educação e em Defesa da Educação Pública 

A Internacional de Serviços Públicos, confederação sindical internacional que está organizada em 163 países e representa 20 milhões de trabalhadoras e trabalhadores que prestam serviços essenciais à população, vem expressar seu apoio e participação, por meio de suas afiliadas, na Greve Nacional da Educação convocada para o dia 15 de maio de 2019.

A Greve Nacional da Educação, que acontecerá em todas as regiões do Brasil, é um movimento nascido da mobilização de estudantes, professores e trabalhadores, em especial das universidades públicas, em defesa dos princípios de autonomia nacional e desenvolvimento cultural, científico e econômico do povo. A Greve também parte da ideia de que as políticas públicas e os trabalhadores responsáveis pela entrega dos serviços delas decorrentes à população são indispensáveis para a construção de justiça social, democracia, e desenvolvimento social e econômico – portanto, o corte das verbas para o setor terá um nefasto impacto no futuro do nosso país.

Essa mobilização traz consigo outra faceta que merece atenção. A Greve Nacional da Educação extravasa limites partidários e sindicais e já acumula o engajamento de diferentes tendências políticas, despertando o desejo de liberdade e contestação que em diversas ocasiões, na história do mundo, provou ser germe de movimentos que recolocaram no centro das atenções a solidariedade e autoafirmação dos povos.

Em menos de uma quinzena desde que a convocação da greve veio a público, diversos segmentos organizados da sociedade manifestaram a convicção de aderir. O que os move é a disposição de luta contra a escalada da tirania, da perseguição aos pobres e de uma política premeditada de desmonte de políticas sociais que objetiva forçar o Brasil a ocupar uma posição de subserviência no cenário internacional. Eis outro motivo indiscutível para o nosso apoio e participação ativa na mobilização.

À partir de uma luta contra ataques coordenados pelo atual governo à educação em geral, e à educação pública em especial, traduzidos mais recentemente nos cortes abruptos e profundos de verbas para as universidades públicas, a Greve Nacional da Educação vai se firmando desde já como um grito popular contra a negação dos direitos humanos e sociais empreendida pelo governo Bolsonaro.

Nesse quadro de resistência insere-se a luta contra o desmonte da Seguridade Social, adotado por este governo como prioridade, com vistas à destruição de direitos e à privatização da Previdência Social e que culminará na Greve Geral do dia 14 de junho.

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