Momento político requer união, afirmam ASPs

Faltando cerca de 60 dias para as eleições, servidores cobram união da categoria para con­seguir eleger seus representantes. Servidores apontam o grande número de candidatos como um obstáculo para representantes do sistema prisional chegarem à Alesp (Assembleia Legis­lativa do Estado de São Paulo) e à Câmara dos Deputados em Brasília.

Em Hortolândia, o servidor José Reinaldo Ma­racajá da Silva chama a atenção para o grande número de candidatos, que, segundo ele, pode­rá pulverizar os votos e acabar com a possibili­dade de eleger um representante da categoria. Outros servidores também se manifestam pela união, para que haja a conquista de espaços na política nacional e estadual.

No sistema penitenciário paulista há 29 anos, atualmente prestando serviço no Centro de Pro­gressão Penitenciária de Campinas, José Rei­naldo passou por diversas unidades e coorde­nadorias, o que lhe concedeu experiência para analisar o momento.

“Neste ano estamos presenciando maior matu­ridade e empenho nas candidaturas. Houve um tempo em que pessoas se candidatavam apenas para ficar alguns dias em casa. Alguns nem cam­panha faziam, não pediam voto nem para o com­panheiro do plantão. Atualmente há um esforço dos candidatos. Na última eleição já houve quem percorresse as unidades à busca de votos, o ce­nário agora é outro,” afirma o servidor.

Entretanto, para ele, a quantidade de candida­tos pode atrapalhar pulverizando a votação.

“Pode haver um número considerável de votos em candidatos do sistema penal, mas o interes­sante é superar individualmente o coeficiente eleitoral e efetivamente eleger alguém. Penso que temos que unir e centralizar ainda mais; de­bater rapidamente sobre as chances efetivas de cada candidato, lançar pesquisas de intenção de voto entre a classe e optar por um número redu­zido de concorrentes”, afirma.

Ideia semelhante é defendida pelo ASP João Viana Júnior da Penitenciária II de Hortolândia, há 20 anos no sistema prisional.

“Para que possamos crer que a coisa vai melho­rar, necessitamos de representantes que prezem pela coletividade e que realmente tenham cons­ciência pública. Mas também se faz necessário direcionarmos o nosso voto a alguém que efeti­vamente nos represente enquanto classe. Nós, Agentes Penitenciários e demais funcionários do sistema, zelamos pela segurança da sociedade, mas atualmente não possuímos representativida­de junto a Assembleia Legislativa do Estado ou na Câmara dos Deputados no Congresso Nacional. Precisamos, de uma vez por todas, mudar esse cenário pois não podemos permanecer à mercê de políticos que desconhecem o sistema prisio­nal”, diz ele.

Para João Viana o momento é de “união para a escolha de um nome que, apoiado por toda a nossa categoria, possa representar nossos inte­resses”.

“Devemos nos unir na escolha de um nome, para que possamos ter mais chances nessa luta. Não é hora de projetos pessoais, de egos inflados ou de aventuras, precisamos de coletividade”, defende.

Hildebrando Costa Bibanco, que tem quase 30 anos passados na SAP e atualmente trabalha no Centro de Readaptação Penitenciária de Presi­dente Bernardes, diz que é de “suma importância votar em alguém da categoria, porque indepen­dente da capacidade de pessoas de outras clas­ses e do dever de representar a todos, eles sem­pre irão dar mais apoio aos seus pois conhecem melhor suas demandas, expectativas e detalhes do grupo”.

Na opinião dele, o pretendente ao cargo deve ter carreira profissional sem máculas e com vasta experiência na profissão.

“O importante é elegermos o primeiro e, este, ser­virá para abrir as portas para os demais”, concluiu.