SINDCOP vai tomar as providências jurídicas
O SINDCOP repudia veementemente as afirmações feitas pela pseudojornalista Raquel Sheherazade, num vídeo que circula pelas redes sociais desde o último dia 31 de julho. Não podemos nos calar diante de afirmações mentirosas e irresponsáveis, que ferem a dignidade dos servidores penitenciários e os igualam a bandidos.
O Departamento Jurídico do SINDCOP já está tomando todas as providências para propor ações judiciais contra essa mulher que, claramente, caluniou milhares de profissionais brasileiros. Não podemos ignorar tamanha afronta para nossa categoria.
Em sua fala, Raquel Sheherazade demonstra total desconhecimento sobre o que ocorre dentro do sistema prisional e os problemas sociais do país que originam a superlotação e a violência dentro dos presídios.
Os servidores penitenciários não são responsáveis pela desigualdade social, a miséria, a falta de investimentos em educação e formação de cidadãos. Também não são os servidores penitenciários culpados pela criminalidade gerada pelo descaso do Estado em vários setores da sociedade, pela criminalização dos menos favorecidos, pela omissão dos que se recusam a enxergar a raiz do problema.
Os argumentos de Raquel Sheherazade são nauseantes. A afirmações de que “todo mundo sabe, armas e drogas circulam livremente nas cadeias sob o nariz e o olhar do Estado e com a conivência dos agentes prisionais”, são revoltantes. Isso desmerece o trabalho de servidores que todos os dias arriscam suas vidas para garantir a segurança da sociedade, na qual ela também está inserida.
Servidores penitenciários não são coniventes com bandidos, não são criminosos. Ao contrário, são homens e mulheres com famílias. São servidores públicos capacitados para conviver com os todos os tipos de seres humanos e que cometeram os mais variados crimes.
Raquel Sheherazade desconhece dados de pesquisas e outras informações verdadeiras que provam que, muitos servidores por não suportarem a realidade do sistema prisional, acabam tirando as próprias vidas.
As afirmações dessa mulher é uma afronta a esses servidores, que já não está mais entre nós para se defender e também aqueles feitos de refém em rebeliões que ocorrem em várias partes do país.
Não podemos chamar Raquel Sheherazade de jornalista, isso seria um luxo. O jornalista zela pela imparcialidade e a verdade. Se fosse uma profissional de verdade ela buscaria conhecer a rotina de trabalho dos servidores prisionais, antes de ofendê-los publicamente. Isso não é liberdade de expressão, mas sim um crime contra a honra de servidores.
Se fosse uma profissional competente ela saberia que entre os agentes penitenciários prevalece a intolerância com o crime e o combate constante a entrada de armas e drogas dentro das unidades prisionais. Prova disso, são as apreensões feitas quase que diariamente em todas as unidades do país e que são estampadas em jornais e outros meios de comunicação.
O SINDCOP está indignado com as afirmações de Raquel Sheherazade e fará de tudo para defender a categoria que foi duramente aviltada.
Não podemos aceitar a afirmação de que “todo mundo sabe que cadeia são um antro de criminosos e criminosos dos dois lados da cela”.
Não podemos aceitar essa comparação e sermos tolerantes diante de uma acusação tão grave.
Nós, representantes destes servidores repudiamos a postura de Raquel Sheherazade e não aceitamos de modo algum, como verdade, a afirmação de que “nossos presídios são masmorras, são depósitos de gente criadouro de criminosos detentos e não detentos”.
Essa grave ofensa nos faz acreditar que Raquel Sheherazade desmereceu os servidores penitenciários com o objetivo de colocar a população contra a categoria e com isso favorecer o famigerado projeto de privatização do governo.
Estamos indignados e revoltados. Por isso vamos interpelar judicialmente Raquel Sheherazade e fazer tudo o que for possível para defender a honra e a dignidade do servidor penitenciário.
Mentir, ofender e acusar indevidamente milhares de pessoas é crime. Lugar de criminoso é dentro dos muros das unidades prisionais. É lá dentro que se conhece a realidade do sistema prisional brasileiro.