Raio-X dos deputados e senadores paulistas

Estreantes são destaque na bancada de deputados federais

Na próxima legislatura, o Estado de São Paulo será representado na Câmara Federal por 38 deputados reeleitos e 32 novos parlamentares. A renovação de 45,71% das cadeiras é um pouco menor do que aquela registrada em 2014, que foi de 48,57%, e maior do que a de 2010, quando 42,86% das 70 vagas a que a unidade federativa têm direito na Casa foram ocupadas por novatos.

O quantitativo de estreantes em mandato eletivo é um dos destaques nestas eleições no Estado mais populoso do Brasil. O PSL, partido do presidente eleito Jair Bolsonaro, é o que possui mais eleitos sem experiência na política, sete entre os dez que elegeu. O Novo e o PR têm três representantes cada. O PSB tem dois representantes. Com um parlamentar cada foram identificadas as legendas: DEM, PDT, PP, PSD, PV e PRB.

São considerados neófitos na política: Joice Hasselmann (PSL), Kim Kataguiri (DEM), Tabata Amaral (PDT), Policial Katia Sastre (PR), Vinicius Poit (Novo), Alexandre Frota (PSL), Tenente Derrite (PP), Cezinha de Madureira (PSD), Luiz Philippe O. Bragança (PSL), Enrico Misasi (PV), Rosana Valle (PSB), Coronel Tadeu (PSL), Prof. Luiz Flávio Gomes (PSB), Junior Bozzella (PSL), Carla Zambelli (PSL), Luiz Carlos Motta (PR), General Peternelli (PR), Maria Rosas (PRB), Adriana Ventura (Novo), Alexis (Novo) e Guiga Peixoto (PSL).

Completam a lista de deputados que irão estrear na Câmara Federal, mas que possuem experiência em cargos e funções públicas: Sâmia Bomfim (PSol), atual vereadora de São Paulo; Rui Falcão (PT), ex-deputado estadual; Marcos Pereira (PRB), ex-ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços; Marco Bertaiolli (PSD), ex-vereador e ex-prefeito de Mogi das Cruzes e ex-deputado estadual; Rodrigo Agostinho (PSB), ex-vereador e ex-prefeito de Bauru; David Soares (DEM), atual vereador de São Paulo; Geninho Zuliani (DEM), ex-vereador e ex-prefeito de Olímpia; Alexandre Padilha (PT), ex-ministro da Saúde e ex-ministro de Relações Institucionais; Abou Anni (PSL), atual vereador de São Paulo; Alencar Santana (PT), que está encerrando o 2 º mandato de deputado estadual; e Milton Vieira (PRB), ex-deputado estadual e ex-deputado federal.

Entre os atuais deputados federais, 59 postularam a renovação do mandato parlamentar nas eleições de 2018. 38 deles lograram êxito e 21 foram barrados nas urnas. Os outros 11 deputados que completam a composição da bancada de São Paulo concorreram a diferentes cargos ou não foram candidatos neste pleito.

Os 38 deputados reeleitos foram: Eduardo Bolsonaro (PSL), Celso Russomano (PRB), Tiririca (PT), Capitão Augusto (PR), Pr. Marco Feliciano (Pode), Baleia Rossi (MDB), Luiza Erundina (PSol), Renata Abreu (Pode), Ivan Valente (PSol), Carlos Zarattini (PT), Marcio Alvino (PR), Guilherme Mussi (PP), Arnaldo Jardim (PPS), Alex Manente (PSDB), Bruna Furlan (PSDB), Carlos Sampaio (PSDB), Nilto Tatto (PT), Ricardo Izar (PSDB), Vitor Lippi (PSDB), Fausto Pinato (PP), Alexandre Leite (DEM), Paulo Freire Costa (PR), Samuel Moreira (PSDB), Vanderlei Macris (PSDB), Jefferson Campos (PSB), Vinicius Carvalho (PRB), Eduardo Cury (PSDB), Miguel Lombardi (PR), Eli Corrêa Filho (DEM), Gilberto Nascimento (PSC), Arlindo Chinaglia (PT), Roberto Alves (PRB), Paulo Teixeira (PT), Paulo Pereira da Silva (SD), Vicentinho (PT), Orlando Silva (PCdoB), Roberto de Lucena (Pode) e Herculano Passos (MDB).

Os 21 atuais deputados federais de São Paulo que deixarão a Câmara a partir de 2019 são: Ana Perugini (PT), Antonio Carlos Mendes Thame (PV), Arnaldo Faria de Sá (PP), Beto Mansur (MDB), Dr. Sinval Malheiros (Pode), Floriano Pesaro (PSDB), Goulart (PSD), João Paulo Papa (PSDB), Jorge Tadeu Mudalen (DEM), José Mentor (PT), Junji Abe (MDB), Keiko Ota (PSB), Lobbe Neto (PSDB), Luiz Lauro Filho (PSB),
Marcelo Squassoni (PRB), Miguel Haddad (PSDB), Milton Monti (PR), Missionário José Olimpio (PSDB), Nelson Marquezelli (PTB), Valmir Prascidelli (PT) e Walter Ihoshi (PSD).

Sete deputados não disputaram a nenhum cargo: Andrés Sanchez (PT), Vicente Candido (PT), Sérgio Reis (PRB), Silvio Torres (PSDB), Antonio Bulhões (PRB), Flavinho (PSC) e Evandro Gussi (PV). Os deputados Major Olímpio (PSL) e Mara Gabrilli (PSDB) foram eleitos para o Senado. O deputado Ricardo Tripoli (PSDB) tentou, sem êxito, vaga para o Senado. Já o deputado Rodrigo Garcia (DEM) foi eleito vice-governador na chapa de João Doria (PSDB).

Dos 35 partidos com registro no Tribunal Superior Eleitoral, 19 elegeram representantes para a Câmara. O PSL é o partido com o maior número de deputados federais, com 10 integrantes. Em seguida está o PT, com 8 deputados eleitos. O PR tem 7; o PSDB e o PRB têm 6 cada; o DEM tem 5; o PP e o PSB têm 4 cada; PSol, Podemos e Novo têm 3 cada; MDB, PSD e PPS têm 2 deputados cada; PDT, PV, PSC, SD e PC do B têm um cada. 

O quociente eleitoral para a Câmara foi de 301.488 votos. Cinco deputados se elegeram com os próprios votos: Eduardo Bolsonaro (PSL), com
1.843.735 votos; Joice Hasselmann (PSL), com 1.078.666 votos; Celso Russomano (PRB), com 521.728 votos; Kim Kataguiri (DEM), com 465.310 votos; e Tiririca (PR), com 453.855 votos.

As novas regras eleitorais promovidas pela Lei 13.165/2015, que exigiu entre os candidatos registrados por um partido ou coligação uma votação igual ou superior a 10% do quociente eleitoral para serem eleitos, produziram efeitos na composição da bancada para a Câmara em 2018. Em São Paulo, o PSL perdeu cinco vagas em função dessa nova regra. O partido tinha votos suficientes para eleger 15 deputados no Estado, mas ficou com apenas 10 cadeiras no fim da distribuição.

Nas eleições de 2014, os eleitores paulistas escolheram cinco mulheres para compor a bancada de São Paulo na Casa: Bruna Furlan (PSDB), Luiza Erundina (PSol), Mara Gabrilli (PSDB), Ana Perugini (PT) e Renata Abreu (Pode). Em 2018, as mulheres ocuparão 11 das 70 cadeiras. Bruna Furlan, Luiza Erundina e Renata Abreu seguem na Câmara; Mara Gabrilli passará a compor o Senado Federal e Ana Perugini não conseguiu se reeleger.

Mais de um terço da bancada de deputados federais eleitos são vinculados às bancadas evangélica e de parentes, o que corresponde a 14 e 18 membros eleitos no Estado, respectivamente. Dentre os nomes, podemos citar o parentesco do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL), filho do presidente eleito Jair Bolsonaro e irmão de Flavio Bolsonaro, eleito senador.

A deputada Joice Hasselmann (PSL), ligada à igreja Batista, novata e segunda mais votada no Estado, compõe a bancada evangélica. 

Suplência

O governador eleito, João Doria (PSDB), concorreu pela coligação formada por seis partidos: PSDB/ DEM/PSD/PRB/PP/PTC. Na eleição proporcional, o seu partido PSDB aderiu a uma coligação composta com mais três partidos: PSD/DEM/PP. São suplentes e estão entre os cotados para assumir mandato, caso algum deputado eleito seja convidado para integrar o governo: Miguel Haddad (PSDB), que obteve 86.042 votos (0,41%); Arnaldo Faria de Sá (PP), que obteve 85.381 votos (0,40%); e Missionário José Olímpio (DEM), que obteve 83.400 votos (0,40%).

Senado Federal

A disputa pelas duas vagas para o Senado teve 20 candidatos registrados. Vão ocupar as vagas dois atuais deputados federais: Major Olímpio (PSL), que obteve 9.039.717 votos (25,81%); e Mara Gabrilli (PSDB), que conquistou 6.513.282 votos (18,59%). Os suplentes de Major Olímpio também são do PSL: o empresário Giordano, 1º suplente; e o astronauta Marcos Pontes, 2º suplente.

Os suplentes de Mara Gabrilli são: o engenheiro Alfredo Cotait Neto (PSD) e a empresária Ivani Boscolo (PSD), 1º e 2ª suplentes, respectivamente.

O senador José Serra (PSDB) permanece no mandato até 2023. Os suplentes de Serra são: José Aníbal (PSDB) e Atilio Francisco (PRB), 1º e 2º suplentes, respectivamente.

Os dois atuais senadores Airton Sandoval (MDB), suplente do titular Alosyio Nunes Ferreira (PSDB), e Marta Suplicy (PT) não disputaram a nenhum cargo nestas eleições.

Governo do Estado

A eleição para o governo do Estado de São Paulo foi decidida no 2º turno. O candidato João Doria (PSDB) foi eleito com 10.990.350 votos ou 51,75% dos votos válidos. O seu adversário derrotado, Marcio França (PSB), atualmente governador do Estado, obteve 10.248.740 votos ou 48,25% dos votos válidos.

O 1º turno teve votação acirrada em São Paulo. João Doria (PSDB) teve preferência do eleitorado paulista com 6.431.555 votos ou 31,77% dos votos válidos. A disputa pelo segundo lugar teve como vitorioso o candidato Marcio França (PSB), que conquistou 4.358.998 votos ou 21,53%, pouca vantagem em relação a Paulo Skaf (MDB), que obteve 4.269.865 votos ou 21,09% dos votos válidos.

Eleição presidencial

O presidente Jair Bolsonaro venceu os dois turnos da disputa presidencial no Estado. Bolsonaro obteve 53% dos votos válidos (12.378.012), no 1º turno, contra 16,42% dos votos válidos (3.833.982) destinados a Fernando Haddad (PT). Ciro Gomes (PDT) ficou em terceiro lugar com
2.650.440 votos ou 11,35% dos votos válidos.

No 2º turno, o presidente eleito ampliou a vantagem. Ele obteve 15.306.023 votos ou 62,97% dos votos válidos, contra 7.212132 votos ou 32,03% dos votos válidos conquistados por Fernando Haddad.

Fonte: Radiografia do Novo Congresso 2019-2023 / Diap

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