Assembleia foi realizada em Presidente Prudente
Inês Ferreira
Superpopulação de presos, falta de funcionários, desvios de função e não reconhecimento profissional pela sociedade e pelo governo de Estado. Essas foram as principais queixas dos servidores penitenciários, na assembleia de ontem, realizada em Presidente Prudente, pelo SINDCOP e SINDASP. No final, os servidores aprovaram que irão reivindicar 20% de reajuste salarial relativo às perdas dos últimos cinco anos e lutar contra o projeto de privatização do sistema prisional.
Essa foi à terceira assembleia da Pauta Unificada realizada pelas duas entidades. Respectivamente, as assembleias foram realizadas: no Complexo Penitenciário de Hortolândia, Complexo Penitenciário de Pinheiros e na sede do SINDASP. A última assembleia será na sede do SINDCOP, em Bauru, amanhã.
A assembleia foi aberta com a leitura do edital e da pauta de reivindicações elaborada pelos dois sindicatos.
“Não vamos desistir de lutar. Vamos continuar de gabinete em gabinete tentando reverter essa situação”, disse Valdir Branquinho, presidente do SINDASP, depois de retratar o cenário em que os servidores se encontram. Ele foi o primeiro presidente a falar.
Gilson Pimentel Barreto Barreto, presidente do SINDCOP, em seguida, fez um relato sobre o resultado das assembleias anteriores, ressaltando que em todas as principais reivindicações da Pauta Única (reposição salarial e luta contra a privatização) foram aprovadas.
Ele também lembrou que no mês de março é celebrada a data-base dos servidores penitenciários, o que reforça o motivo de luta pelos servidores, por reposição salarial.
Desabafo
Antes da votação, foi aberta a palavra aos servidores para que eles se manifestassem a respeito da Pauta Única. Alguns aproveitaram a oportunidade para fazer um desabafo sobre as péssimas condições do ambiente de trabalho dentro das unidades prisionais.
Um dos servidores disse não aguentar mais as consequências da superlotação. Segundo ele, tem unidades que trabalham com 22 funcionários por turno, com apenas um funcionário para cerca de 560 presos, no raio.
“Infelizmente o guarda não acordou. Ainda não sabe a força que tem”, afirmou o servidor.
Outro, falou sobre o desvio de função e sobre a necessidade de conscientizar os servidores sobre a ilegalidade desse tipo de trabalho, feito por agente de segurança.
“Precisamos de um movimento justo para mostrar para os colegas que eles estão fazendo algo irregular, proibido e que só é vantajoso para o Estado”, disse.
O presidente do SINDCOP encerrou as participações falando sobre a necessidade valorização da profissão e de aumentar a autoestima do servidor.
“Infelizmente, muitos não valorizam a profissão”, concluiu.
Última assembleia
Amanhã, a partir das 19h, na sede do SINDCOP será realizada a última assembleia da Pauta Unificada. Após a assembleia será elaborado um documento com as decisões da categoria e definido os novos rumos do movimento.
A Pauta Unificada é uma iniciativa do SINDCOP e do SINDASP. Ela surgiu após o a divulgação de informações pelo governador João Dória de que o Estado pretende privatizar o sistema penitenciário.