SINDCOP e SINDASP realizaram no complexo de Pinheiros a segunda assembleia geral com a categoria; Servidores aprovaram a pauta proposta pelos sindicatos
Assembleia em Pinheiros foi a segunda, de um total de quatro reuniões dos sindicatos com a categoria. Fotos: Lucas Mendes.
Servidores penitenciários da região metropolitana de São Paulo participaram da segunda assembleia geral extraordinária da categoria, na noite da última terça-feira (26), no Complexo de Pinheiros.
Eles decidiram reivindicar ao governador João Dória 20% de reajuste salarial referente as perdas inflacionárias dos últimos cinco anos e também que farão o enfrentamento necessário para derrubar a proposta de privatização do sistema prisional.
Convocada e organizada pelo SINDCOP e SINDASP, a assembleia ratificou as propostas que foram aprovadas na primeira reunião, dia 20, em Hortolândia.
Os dois sindicatos estão mobilizados em torno de uma pauta única, que envolve a luta contra a privatização e a valorização do servidor penitenciário. Após as assembleias, as entidades vão levar as reivindicações da categoria para o Governo do Estado.
Hoje (27) haverá uma assembleia em Presidente Prudente, na sede do SINDASP e na sexta-feira (01/03) a última reunião na sede do SINDCOP, em Bauru.
Cobranças e diálogo
A assembleia teve início pouco depois das 19h30. Os presidentes do SINDCOP, Gilson Pimentel Barreto, e SINDASP, Valdir Branquinho, deram as boas-vindas e fizeram a leitura da pauta.
“Hoje não se caminha mais sozinho, e nós estamos trabalhando desde o ano passado, quando decidimos que 2019 seria o ano da pauta única”, disse Branquinho. “Nós não podemos mais agir como amadores. Precisamos mostrar quem somos nós. Se não for pelos funcionários, o sistema para”, completou.
“Começou um governo novo, com secretário novo. Nós entendemos que não dá para cada sindicato ir até lá e levar um pauta”, afirmou Barreto, ao explicar o porquê dos sindicatos estarem trabalhando como uma pauta única.
“Nós temos pautas permanentes, como Lei Orgânica, reposição salarial, que não precisam de assembleia para sabermos que são questões antigas”, disse o presidente do SINDCOP, alertando que agora se trata de outro contexto do sistema prisional, com as ameaças de privatização e parceria público-privada (PPP).
Vários servidores do complexo de Pinheiros questionaram os representantes sindicais, com cobranças relacionadas à forma de contato e comunicação dos sindicatos com a categoria, ao modo de atuação dos sindicatos, principalmente em movimentações de greves passadas.
Servidores também reclamaram das condições da realização da assembleia em Pinheiros, afirmando que poderia ter ocorrido em outro horário. Representantes dos sindicatos, em resposta, indicaram a falta de representantes das entidades dentro de cada unidade prisional, e como é necessário ter essa presença.
“Essa é a finalidade da assembleia: provocar debates, porque todo mundo tem que ter voz”, afirmou Gilson Pimentel Barreto. “Jamais teremos um ampla maioria, e é uma satisfação enorme poder ouvir a todos. Essa foi a segunda plenária, e ainda temos Prudente e Bauru. Nós vamos sair com um compromisso e buscando andar com um passo mais firme e concreto”, finalizou Branquinho.
Unificação da luta
A decisão de unificar a luta por melhores salários e contra a privatização ocorreu em reunião realizada no último dia 5 de fevereiro. Os dirigentes sindicais assumiram o compromisso de promover em conjunto ações cujo objetivo é defender os direitos da categoria e barrar a iniciativa do governo de privatizar o sistema prisional paulista.
Na ocasião ficou acordado a realização de assembleias em locais estratégicos para, junto com os servidores, elaborar uma pauta única. Nas assembleias são feitos esclarecimentos sobre como funciona a privatização no sistema penitenciário.
Também ficou decidido que representantes dos dois sindicatos solicitarão audiências públicas em Câmaras de Vereadores e na ALESP (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo). Eles percorrerão os gabinetes de deputados estaduais, federais e senadores.
As duas entidades farão material de divulgação específico sobre a privatização e a pauta única, que serão distribuídos nas unidades.
