SINDCOP entrega pauta de reivindicação para governador Márcio França

Inês Ferreira

O presidente do SINDCOP Gilson Pimentel Barreto entregou ontem, em São Paulo, uma pauta de reivindicação do sistema penitenciário paulista para o governador Márcio França e o secretário da Casa Civil do Estado de São Paulo, Aldo Rebelo. A entrega foi feita durante o 2º Encontro que debateu o tema “Estado Máximo ou Mínimo”. O evento foi, realizado por diversas entidades sindicais, entre elas, a Fessp-Esp (Federação dos Sindicatos dos Servidores Públicos do Estado de São Paulo).
O presidente do SINDCOP fez parte da mesa de debates composta por lideranças sindicais e pelo secretário. Aldo Rebelo já foi Ministro de Estado dos Esportes; da Ciência e Tecnologia e da Defesa.
Durante a palestra ele defendeu um “estado equilibrado” e disse que debater o papel do estado, o que ele representa para sociedade e o serviço público de qualidade para atender os anseios da população é de suma importância, principalmente num país em que os que menos ganham são os que mais contribuem.
“Qual é a nossa responsabilidade e o que esperamos de cada um. Precisamos eleger aqueles que têm compromisso com os interesses sociais deste país e não apenas interesse no capital, principalmente no capital especulativo financeiro”, afirmou.
O secretário disse que o debate desse tema é atual e importante porque diz respeito ao destino das pessoas e do próprio Brasil.
“O papel do Estado é um papel decisivo para todos as Nações que se projetaram no mundo com alguma importância e algum poder. No Brasil, o estado construiu a Nação, o setor privado e o estado tem identidade muito forte no país”, afirmou.
EC 95
Durante a palestra ele criticou a Emenda Constitucional 95, que segundo ele, “congelou tudo, mas deixou de fora o pagamento dos juros bancários que representa o grosso do endividamento. O valor dos juros é maior do que o que é investido em saúde, educação e defesa”.
Para Rebelo, esse congelamento tem o objetivo apenas de proteger o pagamento de juros.
“Toda essa ideologia do estado mínimo esconde o estado máximo para pagar juros para bancos. Estado mínimo para proteger população, mas máximo para garantir o sistema financeiro e bancário”, afirmou.
País esquizofrênico
Conforme ele, no Brasil, o estado foi reduzido e o que fiscaliza foi atrofiado, tornando-se um estado esquizofrênico.
Aldo Rebelo defendeu que o país precisa voltar a crescer e lembrou que em vários setores, como na alimentação, o Brasil se tornou autossuficiente. Além disso é o país que mais cresceu no Século 20.
Rebelo usou o desenvolvimento agrícola do país como exemplo, atribuindo esse desenvolvimento a Embrapa (Empresa Brasileiro da Pesquisas Agropecuária) e ao esforço de pesquisadores e empreendedores. Segundo ele, isso deveria ocorrer em outros setores.
Ele também disse que defende um estado equilibrado onde a democracia seja verdadeira.
“São Paulo tem escolas com mensalidades de 20 mil reais. Esse mesmo Brasil temos escolas que não têm água e nem luz. Que tipo de democracia é essa? Essa democracia que estão prometendo é uma farsa. Quando o Estado não dá um serviço, não é o mundo privado que vai dar O mundo privado oferece alguma coisa para quem tem 25 mil reais para pagar uma escola. O outro vive uma democracia de fachada, carnavalesca que acontece de quatro em quatro anos e dura três dias: o dia da eleição, da apuração do resultado e depois acaba, porque a desigualdade continua”, disse ele.
Por esse motivo ele reforçou que defende o equilíbrio dentro do sistema, “para que os mais fortes não esmaguem com seu poder os mais fracos”.
“Hoje somos uma grande potência. O pré-sal está produzindo como nunca, porém o estado que funciona está sob o escrutínio nestas eleições”.
Ele concluiu que o problema do Brasil não se reduz a um modelo de gestão ou de economia, mas de agenda, ou seja, de estabelecer prioridades para o desenvolvimento do país.

Candidatos
Após a palestra de Aldo Rebelo foi aberto espaço para que candidatos que estavam presentes no evento fizessem suas colocações e apresentassem suas propostas. Entre os candidatos estava o do sistema penitenciário paulista Leandro Leandro.
Por volta das 14h30 o governador Márcio França chegou ao local. Acompanhado da atleta Maurrem Maggi, o governador iniciou sua fala lembrando que assim como seu pai ele era funcionários público e defendeu o funcionalismo.
“ Se a gente for avacalhar com o serviço público, a gente estará avacalhando com o estado”, afirmou.
O governador deu vários exemplos sobre a importância do Estado, principalmente nas áreas da saúde e educação e se comprometeu, se eleito, continuar trabalhando para que São Paulo seja um estado mais justo e equilibrado.

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