Central dos Sindicatos Brasileiros organizou um encontro regional em Bauru; cerimônia marcou a entrada oficial do sindicato à entidade e contou com palestrantes e presença do pré-candidato à presidência, Ciro Gomes
Lucas Mendes
O SINDCOP está oficialmente filiado à CSB – Central dos Sindicatos Brasileiros, e foi aplaudido na cerimônia que formalizou a adesão à central.
Durante o encontro regional da CSB, que ocorreu na tarde desta quinta-feira (05) em Bauru, o presidente estadual da central, Thiago Pereira, fez questão de anunciar a filiação do SINDCOP, ressaltando a importância do trabalho da entidade representada ali pelo seu presidente, Gilson Pimentel Barreto.
Barreto foi convidado a compor a mesa do evento, junto com outras lideranças sindicais regionais, estaduais e do presidente nacional da CSB, Antônio Neto. Ao ser anunciado, o SINDCOP foi saudado pelo público que acompanhava o evento, além dos diretores e representantes do sindicato que também estavam presentes.
Encontro regional
O encontro da CSB teve a intenção de discutir a situação dos trabalhadores e das entidades sindicais após a aprovação da reforma Trabalhista (lei 13.467/2017), proposta pelo governo Michel Temer (PMDB).
Reunindo lideranças sindicais da região, advogados e especialistas, o evento foi aberto ao público, que pôde conhecer mais a fundo os problemas que virão com a precarização do trabalho sob a vigência da nova lei (em vigor desde novembro).

Um dos palestrantes, o bauruense Luís Henrique Rafael, desembargador do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 15ª Região, afirmou que a reforma Trabalhista “foi feita para os patrões”, e que não tem um item que beneficie o trabalhador. “Pode ter flexibilizado, mas não beneficia diretamente”, disse.

Para Rafael, o processo legislativo de tramitação da reforma foi falho. Aprovada em julho de 2017 no Senado Federal, a tramitação toda durou 5 meses. “É inexplicável. Não foi discutido com a sociedade”, atacou.
A advogada Augusta Raffaefray, mestre em direito sindical, também tocou no tema da reforma, sob ponto de vista do financiamento sindical.

O presidente nacional da CSB, Antônio Neto, expôs sobre a “Agenda Prioritária da Classe Trabalhadora”, conjunto de diretrizes que vão nortear as ações e reivindicações dos trabalhadores.
“Nada vem fácil para os trabalhadores”, afirmou Neto. Para ele, a tarefa dos sindicatos no momento é “árdua e difícil”, pois o país não pode correr o risco de validar nas urnas um “projeto golpista ultraliberal que está assolando o Brasil”.
Ciro Gomes
Também convidado a palestrar, o pré-candidato à presidência da República Ciro Gomes falou sobre o tema “Geração de Emprego e Renda”.
Político, advogado e professor universitário, Ciro fez críticas ao governo atual que está “desmontando” o país. Criticou também as medidas que vêm sendo usadas para o Brasil sair da crise econômica, como as “reformas” do presidente Temer.

Ciro recebeu das mãos de Antônio Neto a Agenda da Classe Trabalhadora, com propostas pautadas na transformação para o país, pelo combate a todas as formas de desigualdade, contra a reforma trabalhista e pela promoção do emprego de qualidade, pela liberdade, pela democracia, soberania nacional e justiça social.
A CSB
Antes mesmo de formalizada a filiação do SINDCOP, a CSB já tinha contribuído na luta dos servidores prisionais de São Paulo. No início de junho, foi graças à intermediação da central que o SINDCOP conseguiu a reunião exclusiva com Cláudio Valverde, secretário da Casa-Civil do governador Márcio França (PSB).
Fundada em 2008, a CSB agrega atualmente 800 sindicatos, 31 federações e 1 confederação. A entidade se pauta pelos princípios da unicidade sindical, do nacionalismo, contra a partidarização do movimento sindical e pelo fortalecimento dos sindicatos.
Em constante processo de construção, a CSB está organizando suas representações estaduais por todo Brasil, e preza por uma organização combativa, plural, ativa e moderna.