Sindicatos da categoria marcaram presença na Assembleia Legislativa
Representantes do SINDCOP participaram do lançamento da Frente Parlamentar, que tem o apoio de 54 deputados estaduais.
Os servidores do sistema prisional paulista têm mais um instrumento de luta pela valorização de seu trabalho: a Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos Humanos dos Agentes de Segurança.
Coordenada pelo deputado Sargento Neri (Avante), a iniciativa é inédita dentro da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).
O lançamento foi feito na última sexta-feira (31), e contou com a presença dos sindicatos da categoria SINDCOP, SIFUSPESP e SINDASP. Representantes da Polícia Militar, Polícia Civil e Guarda Civil também estiveram presentes.

O presidente do SINDCOP Gilson Pimentel Barreto participou da atividade ao lado dos representantes e diretores Carlos Roberto Romacho, Maria Alice Acosta, Sérgio Dias Alves, Amauri Horne e Eliseu Carlota.
Apoio
A frente conta com apoio de 54 deputados estaduais. No evento de lançamento participaram os deputados Douglas Garcia e Gil Diniz (PSL) e Luiz Fernando Teixeira (PT), além do deputado Neri.
“Tentam colocar a Polícia Militar contra a Polícia Civil, policiais civis contra os agentes penitenciários, mas na hora de lutar, temos que lutar juntos”, disse o coordenador da frente.
Maria Alice Acosta, agente penitenciária de Bauru, foi a única mulher a fazer parte da mesa no evento. Em sua fala, ela destacou a insegurança dos servidores prisionais, dentro e fora das unidades.

“Nós trabalhamos sem armas e sofremos ameaças, o que impacta na saúde do servidor”, ressaltou. Alice ainda falou sobre a saúde do agente penitenciário e da falta de um olhar mais cuidadoso da parte do Estado. “Tudo isso leva a um número elevado de suicídios, que estamos vivenciando atualmente”.
Direitos humanos são para todos
O deputado Luiz Fernando Teixeira destacou que os Direitos Humanos são universais. Para ele, é preciso melhorar as condições de vida de todos os servidores. “Hoje nós temos homens e mulheres perdendo a vida fazendo bicos, porque o salário é baixo”, disse.
Com o objetivo de levar essa discussão para os profissionais da área, o presidente da Organização Nacional dos Direitos Humanos para os Agentes de Segurança, soldado Zacarias, foi convidado a falar.

Zacarias afirmou que ao longo do tempo o Estado fez com que os profissionais da segurança não tivessem apreço pelos Direitos Humanos.
“Nós temos essa responsabilidade de garantir os direitos ao cidadão, o problema é que nós não sabemos o que são os direitos humanos, nós não temos isso”, pontuou.
O representante do SINDCOP Eliseu Carlota também se manifestou para a plenária. Ele criticou o projeto do govenador João Doria (PSDB) de privatizar o sistema prisional paulista.
Carlota mencionou que Doria não submeteu a proposta para ser debatida na Alesp. O representante sindical também atacou a gestão prisional privada. Para ele, o modelo não funciona e gera mais problemas, a exemplo das mortes que ocorreram nos presídios do Amazonas, administrados pela empresa privada Umanizzare.