Adicional de atividade de risco perto da aprovação

Comissão da Câmara dos Deputados aprovou indenização por atividade de risco para agentes de segurança pública

Deputado Cabo Sabino acrescentou outras categorias aptas a receberem o benefício. Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados.

Agentes penitenciários do país poderão receber uma indenização por atividade de risco, no valor de 30% da remuneração total do servidor. A medida foi aprovada nesta quarta-feira (18), pela Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados. O parecer veio do deputado Cabo Sabino (Avante-CE) sobre o Projeto de Lei 5492/16.

O projeto original é do deputado Cabo Daciolo (PEN-RJ) e trata apenas da concessão do adicional de periculosidade para policiais e bombeiros. Sabino optou por substituir “adicional” por “indenização”, pois algumas carreiras policiais recebem subsídio, um tipo de remuneração que só pode ser acrescida por indenizações.

De acordo com o que foi aprovado pela comissão, a indenização por atividade de risco será calculada com base na remuneração total, excetuadas as vantagens de natureza pessoal. O PL 5492/16 ainda precisa passar pelas comissões de Finanças e Tributação; e Constituição e Justiça e de Cidadania. Se não houver mudanças ele pode ser aprovado sem ir ao plenário da Câmara. 

Além dos agentes penitenciários, o projeto visa os servidores integrantes do sistema de segurança pública: policiais (civis, federais, militares e rodoviários), bombeiros militares, policiais legislativos federais, agentes socioeducativos, agentes de trânsito e guardas municipais. As quatro últimas carreiras foram incluídas no projeto pelo relator, que fez ainda ajustes no texto para adequá-lo à legislação brasileira.

Crise

Sabino destacou a importância de aprovar a indenização para os integrantes de carreiras de segurança pública, principalmente porque as políticas públicas voltadas para a redução da criminalidade no Brasil “não visam melhorias nas condições de trabalho dos agentes”.

O deputado disse que os policiais brasileiros vivem um cotidiano de risco, que se reflete nas condições de saúde física e mental. Segundo Sabino, a taxa de suicídio entre os agentes de segurança pública é 2,3 superior à taxa brasileira. O alto estresse ocupacional atinge mais de um 1/3 da força policial e a idade média de morte é de 56 anos, inferior à brasileira (75,8 anos).

“Esse cenário representa a contraface da incapacidade e do descompromisso do poder público para planejar, propor e executar políticas penais”, disse Cabo Sabino.

Com informações da Agência Câmara de Notícias

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