Centrais acertam mobilização nacional em 28 de abril: ‘Parar o Brasil’

Novo movimento nacional de protestos e paralisações combat

Sindicalistas querem realizar movimento ainda mais amplo do que o realizado no último dia 15

Acordo ocorreu em reunião na sede da UGT, em São Paulo, com representantes de nove centrais (CGTB, CSB, CSP-Conlutas, CTB, CUT, Força Sindical,  Intersindical, Nova Central e a anfitriã). Foto: reprodução.

Fonte:  Vitor Nuzzi/Rede Brasil Atual

As centrais sindicais definiram na tarde de hoje (27) o dia 28 de abril para um novo movimento nacional de protestos e paralisações contra as reformas do governo Temer, incluindo Previdência, legislação trabalhista e terceirização. “Vamos parar o Brasil” é o tema da mobilização, que ocorrerá às vésperas do 1º de Maio e pretende influenciar nas propostas em discussão no Congresso, algumas com votação prevista para o mês que vem. Na próxima sexta-feira (31), a CUT já prevê um dia de protesto, considerado uma preparação para o 28 de abril, quando as centrais esperam ampliar a manifestação do último dia 15.

O acordo ocorreu em reunião na sede da UGT, em São Paulo, com representantes de nove centrais (CGTB, CSB, CSP-Conlutas, CTB, CUT, Força Sindical,  Intersindical, Nova Central e a anfitriã), além do Dieese, incluindo seu diretor técnico, Clemente Ganz Lúcio. Não houve acordo para o uso do termo “greve geral”, como a maior parte dos dirigentes defendia. Mas a avaliação unânime foi de que a data nacional de paralisação, no dia 15, superou as expectativas e fez o governo repensar sua estratégia. Os sindicalistas consideram que o noticiário sobre negociação relativa a contribuições sindicais representou uma tentativa de “dividir” o movimento.

Para o presidente da UGT, Ricardo Patah, o governo recuou “porque não imaginava que podia haver o dia 15”. Ele avalia que as centrais reconquistaram confiança diante de uma série de propostas “açodadas” por parte do Executivo.

Em nota elaborada pelas centrais, as entidades “conclamam” sindicatos filiados a convocar suas bases a fim de paralisar atividades em 28 de abril, “como alerta ao governo” de que a sociedade e os trabalhadores não aceitam as propostas de reforma que o governo pretende impor ao país. Para os dirigentes, trata-se de “desmonte” da Previdência e de retirada de direitos garantidos pela CLT. Eles também criticam a aprovação do Projeto de Lei 4.302, de terceirização, na semana passada.

Enquanto trabalham para a mobilização de 28 de abril, algumas categorias já preparam manifestações contra as reformas. Trabalhadores do setor de transporte devem se reunir no dia 6, para discutir formas de participação. As manifestações de 15 de março tiveram a presença de motoristas urbanos e metroviários de São Paulo.

Na Câmara, as comissões especiais que analisam a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287, de reforma da Previdência, e o PL 6.787, de reforma trabalhista, continuam se reunindo. Na semana passada, o presidente da Casa, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), estimou que o 6.787 deve ser votado em 30 ou 40 dias. As centrais tentam barrar as propostas do governo.

Leia a seguir a nota das Centrais:

Dia 28 de abril, Vamos parar o Brasil!

As centrais sindicais conclamam seus sindicatos filiados para, no dia 28, convocar os trabalhadores a paralisarem suas atividades, como alerta ao governo de que a sociedade e a classe trabalhadora não aceitarãoas propostas de reformas da Previdência, Trabalhista e o projeto de Terceirizaçãoaprovado pela Câmara, que o governo Temer quer impor ao País.

Em nossa opinião, trata-se do desmonte da Previdência Pública e da retirada dos direitos trabalhistas garantidos pela CLT.

Por isso, conclamamos todos, neste dia, a demonstrarem o seu descontentamento, ajudando a paralisar o Brasil.

São Paulo, 27 de março de 2017.

Adilson Araújo (presidente da CTB), Antonio Neto (presidente da CSB), José Calixto Ramos (presidente da Nova Central), Paulo Pereira da Silva (presidente da Força Sindical), Ricardo Patah (presidente da UGT), Vagner Freitas (presidente da CUT), Edson Carneiro (Índio) (secretário-geral da Intersindical), Luiz Carlos Prates (Mancha) (presidente da CSP-Conlutas), Ubiraci Dantas de Oliveira (Bira) (Presidente da CGTB).

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