Inês Ferreira

Mulheres do Cone Sul se reuniram hoje, para debater temas relacionados a luta pela conquista de direitos das mulheres e a igualdade de gêneros. Os debates fazem parte da Reunião do Comitê Nacional Coordenador da Internacional de Serviços Públicos (ISP), que está ocorrendo em São Paulo.

A reunião de hoje de manhã foi exclusivamente para mulheres. A jornalista Inês Ferreira, assessora de imprensa do SINDCOP participou do evento representando a entidade.

No período da tarde haverá uma reunião geral, da qual participam o presidente e o diretor sindical do SINDCOP, Gilson Pimentel Barreto e Eduardo Piotto, respectivamente.

Os debates tiveram a participação de mulheres representantes sindicais de serviços públicos da Argentina, Chile, Paraguai, Uruguai e de vários estados do Brasil.

A mesa de trabalho foi composta por Juneia Batista (ISP/Brasil), Nayreth Quevedo, Carolina Espimoza (Cone Sul), Denise Mota (ISP/Brasil).

Denise Mota abriu o evento falando sobre a importância de abordar assuntos que dão sequência a várias campanhas da ISP Brasil e dos temas debatidos no último congresso da internacional, principalmente diante do atual de cenário político do país permeado por um golpe político.

Em seguida, Juneia Batista (ISP/Brasil e presidente da Secretaria Nacional de Mulheres da CUT – Central Única dos Trabalhadores) passou os informes sobre o 30 º Congresso Mundial da ISP, ocorrido em 2017 e que debateu o tema “O povo acima do lucro”.

Segundo Juneia, a ISP tem de políticas distintas para mulheres do serviço público e o enfoque de gêneros está transversalizado em todas as políticas da internacional.

Ela falou sobre os temas debatidos no último congresso mundial como: Respeito e dignidade para todos e todas o qual incluiu: o compromisso com o respeito e a dignidade de todos e todas; reconhecimento da injustiça histórica e a importância de acabar com a discriminação, racismo, xenofobia, trabalhadores LGBTQI, povos indígenas e trabalhadores com capacidades especiais; reconhecimento da direção do Comitê Mundial das Mulheres e a importância de debater com os homens e por último o compromisso para expandir o apoio dos jovens trabalhadores em instâncias decisivas da ISP.

JUSTIÇA FISCAL

Em seguida, Maria Isabel Berón falou sobre Justiça Fiscal, que segundo ela, entre outros aspectos, envolve: Trabalho digno; Luta contra corrupção; Governança; Unidade da ação sindical; Transparência; Justiça; Equidade; Equidade de gênero e Serviços públicos de qualidade.

O tema, muito rico , abordou princípios que envolvem a capacidade contributiva, igualdade, solidariedade social, legalidade e progressividade e também sobre os convênios estabelecidos com outras entidades.

TRATADOS INTERNACIONAIS

Na sequência, Carolina Espinoza falou sobre tratados de livre comércio, na perspectiva de gêneros. Esses trados, segundo ela, controlam orçamentos grandiosos, trabalham em segredo absoluto e não incorporam a participação do cidadão, além de não apresentar estudos sobre como eles nos afetam.

Entre esses tratados está o TISA. Acordo de Comércio de Serviços , que refere-se ao abrangente acordo plurilateral atualmente em negociação entre 23 membros da Organização Mundial do Comércio (totalizando 50 países). A negociação já conta com mais de dezessete grupos de trabalho temáticos e dezoito rodadas de negociação, com uma lista abrangente de capítulos, conforme o quadro abaixo. Apesar de o acordo contemplar diversos setores tradicionais, ele também avança na discussão de temas ainda recentes, como a economia digital e a questão da restrição aos fluxos de dados entre fronteiras, que tem papel relevante para a oferta de serviços pela internet.

MEIO AMBIENTE

No final foi feito um informe sobre a mulher e meio ambiente, pela argentina Viviana Garcia. Ela falou como os problemas ambientais afetam diretamente a vida das mulheres, que são penalizadas com o maior volume de trabalho por causa da falta de água, entre outros recursos naturais.

A falta de políticas e de investimentos em tecnologia limpa, a falta de educação ambiental desde a infância afetam diretamente a vida das mulheres dentro de casa e nos setores de trabalho.

O evento encerrou reforçando a necessidade da ISP continuar com as campanhas desenvolvidas pela ISP como: Campanha global 50/50; Campanha Equidade Salarial; Convenio sobre a Violência OIT , atividades de 25 de novembro e Atividades de 8 de março.