Dia Internacional da Mulher
Mais do que qualquer outra mulher trabalhadora, a servidora do sistema penitenciário entende profundamente o significado da palavra liberdade.
Todos os dias elas testemunham a rotina de milhares de mulheres encarceradas, desprovidas de autonomia, independência, livre arbítrio, sem direito de governar suas próprias vidas.
Estas servidoras convivem com uma realidade totalmente diferente das trabalhadoras de outros setores da sociedade. Tem a sua frente, diariamente, a miséria humana, a degradação e ouvem as mais terríveis histórias dos mais diversos tipos de violência.
Por causa dessas peculiaridades profissionais, as servidoras do sistema penitenciário conhecem de perto as consequências das desigualdades, da falta de educação e de oportunidades que estão presentes na realidade da mulher brasileira.
Elas também sabem que além das muralhas das unidades prisionais existem milhões de mulheres, neste país, que sofrem com outro tipo de ausência de liberdade- que estão presas dentro de suas próprias casas, submissas a relacionamentos falidos porque não têm independência financeira, não tem expectativa de um futuro melhor, nem condições de se posicionar diante do machismo e da desigualdade que ainda reina na sociedade.
É para ajudar a acabar com essa desigualdade e dar a essas mulheres a autonomia que lhes é de direito, que nós, sindicalistas, lutamos. Essa é uma das nossas bandeiras.
Queremos aproveitar esta data, para dizer as servidoras, filiadas ou não, que o SINDCOP não é uma entidade masculina. Temos muitas companheiras de lutas, mulheres incansáveis que se tornaram livres a custa de muita determinação.
Algumas delas passaram a fazer parte da linha de frente do sindicato porque tiveram direitos violados, e, inconformadas com as injustiças do sistema e o descaso do Estado, decidiram lutar pelas outras servidoras.
As mulheres, que atuam no SINDCOP, são mulheres de fibra, providas de coragem e que lutam para que o Estado assuma seu papel e ofereça as servidoras do sistema penitenciário os mesmos benefícios de outras trabalhadoras deste país.
Queremos aperfeiçoar nossa luta. Queremos mais mulheres participando das decisões do sindicato.
Acreditamos que o maior presente que podemos dar as mulheres, não só no dia 8 de março, mas todos os dias, é dar lhes condições de governar as suas próprias vidas.
Mulher
Elas sorriem quando querem gritar.
Elas cantam quando querem chorar.
Elas choram quando estão felizes.
E riem quando estão nervosas.
Elas brigam por aquilo que acreditam.
Elas levantam-se para injustiça.
Elas não levam “não” como resposta quando
acreditam que existe melhor solução.
Elas andam sem novos sapatos para
suas crianças poder tê-los.
Elas vão ao medico com uma amiga assustada.
Elas amam incondicionalmente.
Elas choram quando suas crianças adoecem
e se alegram quando suas crianças ganham prêmios.
Elas ficam contentes quando ouvem sobre
um aniversario ou um novo casamento.
Seus corações quebram quando seus amigos morrem.
Elas lamentam-se com a perda de um membro da família,
contudo são fortes quando elas pensam que não há mais força.
Elas sabem que um abraço e um beijo podem curar um coração quebrado.
O coração de uma mulher é o que faz o mundo girar!
Mulheres fazem mais do que dar a vida.
Elas trazem alegria e esperança.
Elas dão compaixão e ideais.
Elas dão apoio moral para sua família e amigos.
Mulheres têm muito a dizer e muito a dar.
Pablo Neruda