Polícia Penal e reforma política em discussão no Senado Federal

Senadores colocaram os temas em pauta para esta semana

Senadores colocaram os temas em pauta para esta semana 

Novas regras para fundos de campanha e para propaganda eleitoral poderão ser votadas com urgência no Plenário nesta terça-feira (29). Foto: Jonas Pereira/Agência Senado.

Por Lucas Mendes

A reforma política vai concentrar as atenções no Senado Federal esta semana. Assim como acontece na Câmara dos Deputados, os senadores estão discutindo propostas para mudanças no sistema eleitoral brasileiro. A intenção é votar os projetos o quanto antes, para que já possam valer na próxima eleição, em 2018.

Exemplo disso foi a aprovação de urgência para o Projeto de Lei do Senado (PLS) 206/2017, que cria o Fundo Especial de Financiamento de Campanha. O texto, do senador Ronaldo Caiado (DEM-GO), acaba com a propaganda eleitoral gratuita nas emissoras privadas e determina que o fundo será formado pelos impostos que essas emissoras deixam de pagar como compensação por exibir os programas eleitorais e partidários. 

A proposta do fundo deve chegar a um valor de R$ 2 bilhões, e vem como uma alternativa à criação do fundo público de R$ 3,6 bilhões, em discussão na Câmara dos Deputados.

Outra medida que deverá ter sua tramitação acelerada é a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 282/2016, que estabelece a cláusula de barreira aos partidos políticos (norma que impede ou restringe o funcionamento do partido que não tiver determinado percentual de votos). 

A PEC também termina com coligações partidárias nas eleições proporcionais (aquelas para vereador e deputados, por exemplo). O presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), informou que pautará a proposta de imediato, se preciso. 

Reforma da Previdência

Outra mudança encomendada pelo governo Michel Temer (PMDB) ao Congresso Nacional é a reforma na Previdência Social. Em audiência pública promovida pela CPI da Previdência, participantes classificaram a reforma como inconstitucional e pediram medidas eficazes de combate à sonegação. 

Kléber Cabral, vice-presidente da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Unafisco), afirmou que há a sonegação chega a cerca de 27% dos valores a serem arrecadados, o que alcança um montante de R$ 500 bilhões. Para ele, a própria legislação favorece o crime, já que trata a sonegação como um fato de menor importância e gera o sentimento de impunidade tributária.

PEC da Polícia Penal

Os senadores ainda deverão votar esta semana em primeiro turno a PEC 14/2016, que transforma a carreira dos agentes penitenciários em uma carreira policial, instituindo as polícias penais estaduais. 

A proposta do senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) acrescenta essas polícias ao rol dos órgãos do sistema de segurança pública e determina como competência dessas novas instâncias a segurança dos estabelecimentos penais e a escolta de presos. 

A intenção, além de igualar os direitos de agentes penitenciários e policiais, é liberar as polícias civis e militares das atividades de guarda e escolta de presos.

Com informações da Agência Senado.