SINDCOP é destaque no Seminário da Polícia Penal, em Brasília

Discutindo com deputados propostas que melhorem as condições de trabalho, agentes penitenciários de todo Brasil estão reunidos na Câmara Federal

Por Lucas Mendes
Edição Inês Ferreira

A principal reivindicação dos agentes penitenciários de todo o país, a PEC que cria a Polícia Penal, não poderá tramitar até o fim da intervenção federal no Rio de Janeiro, prevista para acabar dia 31 de dezembro. No entanto, a luta para sua aprovação não parou. Reunidos na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (28), agentes penitenciários de todo Brasil discutem com os congressistas a necessidade de aprovação da Polícia Penal.  Diretores e filiados do SINDCOP estão participando do evento. Entre eles está o presidente da entidade Gilson Pimentel Barreto.

O projeto tramita como Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 372/2017. Além dessa medida, os agentes pedem aprovação de outras propostas que melhorem as condições de trabalho da categoria.

O debate acontece no “Seminário em prol da Polícia Penal”, organizado pela Federação Nacional dos Servidores Penitenciários (Fenaspen).

Por conta da intervenção no Rio de Janeiro, a PEC 372 não poderá ser votada até o fim do ano, uma vez que a Constituição não pode ser emendada durante o estado de intervenção federal.

Já aprovada de forma unânime pelo Senado, a PEC é uma reivindicação dos trabalhadores penitenciários para que sua profissão seja reconhecida e valorizada nos mesmos moldes do que acontece com as demais carreiras policiais.

A proposta acrescenta as polícias penais no rol de órgãos do sistema de segurança pública. Se aprovada na Câmara dos Deputados, a medida garantirá maior autonomia para os agentes penitenciários, por exemplo, para a atividade de escolta de presos.

Ao se transformar em Polícia Penal, os agentes farão parte de uma carreira típica de Estado, com direito à paridade e integralidade de salários na aposentadoria e garantia da aposentadoria especial (de acordo com as regras atuais).  

Com a criação da Polícia Penal também não existe a possibilidade do sistema penitenciário ser privatizado.

SINDCOP em evidência

O deputado federal Major Olímpio (SD) deu início as participações de deputados no seminário ressaltando o papel de luta do SINDCOP.

“Quero saudar todas as entidades representativas de servidores do sistema prisional de todo o país, na figura do irmão de luta em São Paulo que é o Gilson, presidente do SINDCOP, e vários companheiros que estivemos juntos essa semana em Bauru fazendo uma calorosa recepção ao Geraldo Alckmin, que é a encarnação verdadeira do mal como administrador”, disse o deputado.

O deputado lembrou da recepção que os agentes de São Paulo deram ao governador, no ato organizado pelo SINDCOP na última segunda-feira (26).

“Quase uma centena de agentes penitenciários estiveram lá pra cobrar coisas mais do que legítimas. Como todo governante inescrupuloso, se esconde no poder se distanciando até das manifestações e compra mecanismos de mídia para transmissão de informações desvirtuadas do que é a realidade”, afirmou.

Ele também defendeu que, apesar de a intervenção no Rio impedir a votação de mudanças na Constituição, é preciso continuar a mobilização pela votação da PEC que cria a polícia penal assim que possível.

Diante do cenário de impedimento da tramitação da PEC até o fim do ano, o presidente da Fenaspen, Fernando Anunciação, defendeu a aprovação, por enquanto, de outros projetos, como o que garante os agentes penitenciários o direito a adicional de periculosidade fixado em, no mínimo, 30% da remuneração (PL 5492/16).

Ele citou ainda projeto que trata da isenção de impostos para a compra de veículos por servidores da segurança pública (PL 6256/09), defendendo a inclusão dos agentes penitenciários na medida.

Segundo Anunciação, um dos principais problemas enfrentados hoje pelos agentes penitenciários é a superlotação dos presídios: “A população não entende o que é um trabalhador do sistema penitenciário tentar fazer a segurança de 200 homens em um pavilhão. É impossível”.

Já o deputado Cabo Sabino (PR-CE) destacou que o comando dos crimes acontece de dentro das penitenciárias. “O agente penitenciário não é um carcereiro, ele é um agente que precisa ser respeitado e qualificado, fundamental para que tenhamos paz aqui fora”, completou. Para ele, é preciso que o agente tenha poder de polícia e seja reconhecido como órgão de segurança pública, por isso, é fundamental que a PEC 372 seja aprovada.

Com a criação da Polícia Penal também não existe a possibilidade do sistema penitenciário ser privatizado.

Veja a primeira parte do Seminário:

Com informações da Agência Câmara de Notícias

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