Seminário em Brasília contou com a presença de senadores, deputados e representantes sindicais e demais entidades, todos contrários à reforma da Previdência
Texto e fotos: Lucas Mendes
Edição: Inês Ferreira
O senador Paulo Paim (PT-RS) foi às lágrimas com o entusiasmo e espírito de luta dos agentes penitenciários na audiência pública da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Previdência Social, ocorrida na manhã de terça-feira (20), em Brasília. Agentes de São Paulo e do Paraná, representados pelo SINDCOP e Sindarspen, respectivamente, participaram da audiência. Foi um dia histórico.
A audiência pública ocorreu no Senado Federal com a votação da reforma da Previdência momentaneamente suspensa pelo governo. Ainda na segunda, 19, Temer reconheceu que não iria adiante com a tramitação da reforma.

Segundo o presidente do SINDCOP, Gilson Pimentel Barreto, que participou do evento, apesar das afirmações do governo é necessário cautela e estado de alerta, pois Temer ainda vai tentar alterar a previdência aos poucos, enviando projetos de leis ou medidas provisórias ao Congresso.
Durante as quase quatro horas de audiência, todos que tomaram a palavra fizeram questão de homenagear o senador Paim devido ao seu esforço na CPI da Previdência. A CPI concluiu seus trabalhos apontando que não existe déficit na Previdência Social, como alegado pelo governo, o que desmente a necessidade de uma reforma.
Estavam presentes aproximadamente 60 servidores, agentes penitenciários de São Paulo e Paraná acompanharam toda a atividade. Ao final, com a fala de um agente do Paraná, os servidores desceram a plenária e ocuparam a mesa de trabalhos do auditório, aos gritos de “se votar, não volta!”.
O protesto foi um recado para os deputados e senadores que votaria à favor da reforma.

Convidados a permanecer na mesa do auditório, os agentes ouviram do senador Paim:
“Vocês aqui representam nosso querido povo brasileiro. Eles não conseguiram retirar a sua aposentadoria. A Previdência é do povo, não é dos banqueiros. Vida longa a esse povo querido que se mobilizou por todo país, e só por isso eles recuaram. Parabéns a todos!”.
Congressistas da oposição aproveitaram o momento para reforçar o alerta junto aos trabalhadores.

O senador Joé Pimentel (PT-CE) defendeu a importância do setor público e seus servidores para o país, defendendo a seguridade social: “A razão de ser de um estado nacional é proteger as pessoas”. Pimentel foi ministro da Previdência Social durante o governo Lula.
Já o deputado federal Clauber Braga (Psol-RJ) definiu o momento como “uma vitória parcial, mas importante”. Segundo ele, a suspenção da votação da reforma é temporária, pois nos bastidores se anuncia “a continuidade do desmonte do Estado Brasileiro, e outras ações virão em 2018”.
Aliado na luta pela criação da Polícia Penal (PEC372), o deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) fez questão de saudar em sua fala os agentes penitenciários que compareceram em peso na audiência.
“Os agentes penais deram um cala boca naquela cambada de safado naquela noite da ocupação da Câmara”, disse ele se referindo ao episódio em que os agentes penitenciários ocuparam a sessão da Câmara dos Deputados em que ocorria a discussão da reforma, em maio de 2016.

O SINDCOP planeja dar continuidade à mobilização da categoria, e convoca os servidores penitenciários a participarem das atividades em Brasília na próxima semana.
Em articulação com o presidente do SINDCOP, Gilson Pimentel Barreto, e o diretor José Alexandre Moreira, o deputado federal Major Olímpio (SD-SP) ressaltou a importância de manter a mobilização e a pressão no governo.
As caravanas em direção a Brasília estão mantidas para o dia 26 de fevereiro, ocasião em que se aproveitará a audiência pública para discutir a Polícia Penal no dia 28.