Governador participava de evento em Bauru e teve as boas vindas dos agentes penitenciários
Por Inês Ferreira e Lucas Mendes
Geraldo Alckmin teve que entrar pelas portas dos fundos do campus da USP (Universidade de São Paulo), na manhã de hoje, (26), em Bauru, para escapar dos protestos que ocorriam nos dois portões principais da universidade. A mobilização foi organizada pelo SINDCOP e contou com a participação do deputado federal Major Olímpio (SD). O governador veio a Bauru para ministrar a aula inaugural do curso de Medicina da USP, mas diante dos protestos ficou isolado no auditório da universidade.
Cerca de 40 agentes e diretores do SINDCOP marcharam da sede do sindicato, na rua Manuel Bento da Cruz até a avenida Otávio Pinheiro Brizola, onde está localizada a universidade. Com faixas e cartazes e acompanhados de carro de som eles gritavam palavras de onde contra o governador.
Servidores de Praia Grande, Capital, Campinas, Taquarituba, Cerqueira César, Araraquara, Ribeirão Preto, Presidente Prudente, Presidente Bernardes, Martinópolis, São José do Rio Preto, Tremembé, Pirajuí e Bauru somaram nos protestos.
À frente dos agentes estava o presidente do SINDCOP, Gilson Pimentel Barreto e o deputado federal Major Olímpio, que veio a cidade exclusivamente para participar do protesto.

Antes de se dirigir a USP, o deputado participou de um café da manhã na sede do sindicato. Ele estava acompanhado de seu assessor e também do Coronel Tadeu, seu amigo.
Protestos
Os protestos foram marcados por causa do descaso do governo com os servidores penitenciários, que não tem reajuste salarial há mais de três anos e com quem o governador se recusa a marcar uma audiência para tratar de negociações da pauta de reivindicação.
Na porta da USP, ao lado de outras categorias do funcionalismo público, o SINDCOP deu as boas-vindas a Geraldo Alckmin. Faixas e cartazes foram perfilados nas entradas, ao som dos gritos de protesto dos agentes contra as péssimas condições de trabalho de sistema prisional e a falta de reajuste salarial.

Por volta das 12 horas, Alckmin chegou, num carro escuro e entrou às pressas no estacionamento do Centrinho. O carro que levava o governador chegou a ser cercado pelos servidores penitenciários. No interior do veículo foi possível ver a expressão de Alckmin, que sorriu para os manifestantes.
Durante as quase 2 horas da solenidade, os agentes penitenciários ficaram do lado de fora com microfone na mão e som alto, gritando as mazelas da gestão do PSDB no estado e demonstrando a indignação pelos mais de 3 anos sem reajuste salarial e pelos 3,5% oferecidos no início do ano.
Poucas pessoas demonstraram apoio ao governador. Entre elas, cerca de 10 integrantes do PSDB, como ex-vereadores e participantes da juventude do partido. Estes tentaram fazer a defesa de Alckmin, mas foram rechaçados pelos manifestantes.
“Para uma categoria que enfrenta o dia-a-dia em cadeias superlotadas e que está acostumada a ter que lutar para garantir os seus direitos, essa pequena decepção (o enfrentamento dos correligionários de Alckmin) não é grande problema”, disse o presidente do SINDCOP, sobre o episódio.
Aos gritos de “bandido”, “covarde”, “corrupto” entre outros nomes, os agentes marcaram presença até por volta das 14h, aguardando a saída de Geraldo Alckmin do auditório da USP, o que não ocorreu.
O governador, além de entrar pelas portas do fundo, teve que sair escondido do local, para fugir dos protestos.
“Foi humilhante. Fizemos o governador entrar e sair pelas portas dos fundos. Se depender do SINDCOP o recado já foi dado para o governador, que pretende ser presidente – não vamos deixar ele fazer com o Brasil o que fez com São Paulo”, finalizou o presidente do SINDCOP.
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