SINDCOP marcou presença em São Paulo, nos atos contra a reforma da Previdência

Convocados por centrais sindicais, movimentações reuniram

Convocados por centrais sindicais, movimentações reuniram milhares de pessoas nas principais cidades brasileiras

Milhares de pessoas saíram às ruas em todo país nesta quarta-feira (15), no Dia Nacional de Paralisação – protesto convocado por centrais sindicais e movimentos sociais em oposição às medidas promovidas pelo governo Temer (PMDB), em especial contra as reformas da previdência (PEC 287) e trabalhista (PL 6.787). 

Os diretores do SINDCOP estiveram presentes nos atos em São Paulo. A concentração se deu na Avenida Paulista, na região do Museu de Arte de São Paulo (MASP). As estimativas de participação nos protestos variam de 150 mil, segundo a Central Única dos Trabalhadores (CUT) a 200 mil, de acordo com demais organizadores dos protestos. A Polícia Militar não divulgou números de manifestantes.

O dia 15 de março foi escolhido para mobilização nacional e diversas categorias aderiram à paralisação. Motoristas de ônibus, metroviários, bancários, metalúrgicos, professores, químicos e servidores públicos de várias áreas em todo o país. Além de São Paulo, pelo menos outras 22 capitais tiveram atos nesta quarta. Cidades do interior também registraram movimentações.

Na capital paulista, os ônibus urbanos começaram a circular somente depois das 8h. O metrô circulou parcialmente pela cidade. Reunidos na Praça da República, professores da rede estadual de ensino deliberaram, em assembleia, pela greve da categoria a partir do dia 28. A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) estima que 1 milhão de docentes pararam suas atividades em todo o país.

Servidores penitenciários

Diretores do SINDCOP estiveram durante toda a tarde desta quarta na Avenida Paulista, e se uniram às movimentações contra as reformas do governo Temer. Empunhavam faixas contra a inclusão do servidor penitenciário na

Reforma da Previdência.

Durante a manhã, profissionais da segurança pública, como policiais civis, federais, rodoviários, agentes penitenciários e guardas municipais do estado fizeram um ato em frente à Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), demonstrando rejeição à reforma da Previdência e protestando pela manutenção no texto constitucional da atividade de risco para aposentadoria policial.

Atualmente, policiais e professores têm direito à aposentadoria especial, com 30 anos de contribuição para homens e 25 para mulheres, sem idade mínima. Com as mudanças previstas na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287, eles passam a integrar o regime geral. 

A reforma

Após as movimentações contrárias à reforma, os debates seguem no Congresso Nacional. Nesta quinta-feira vão acontecer novas reuniões das comissões especiais da Câmara que analisam a PEC 287 e o Projeto de Lei 6.787, de reforma trabalhista.

Ainda ontem, no mesmo dia dos protestos, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), prorrogou até sexta-feira (17) o prazo para apresentação de novas emendas o texto da PEC 287.

Segundo o Portal da Câmara dos Deputados, até o dia 14 (prazo anterior), haviam sido apresentadas 146 emendas; destas, 44 não começaram a tramitar por haver divergência nas assinaturas. A maior parte das emendas está relacionada a pontos específicos como benefícios assistenciais, professores, trabalhadores rurais, policiais, servidores públicos e mulheres.

Em entrevista promovida pelo jornal Brasil de Fato, na tarde desta quarta, Clemente Ganz Lúcio, diretor técnico do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), avaliou que as mudanças na

Previdência seriam, talvez, “uma das reformas de maior exclusão social no Brasil”. 

“O projeto é extremamente severo, retarda o acesso à aposentadoria, exclui milhões. Retarda, exclui e arrocha”, resumiu Clemente, alegando que “as pessoas começam a entender a gravidade desse projeto”. Quanto à reforma trabalhista, afirma que “afeta a organização econômica de toda a sociedade brasileira”.

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