Assembleia reúne cerca de 100 servidores e aprova operaçã
Insatisfação com o governo, fim do desvio de função, recusa ao DEJEP ( Diária Especial por Jornada Extraordinária de Trabalho Penitenciário) e urgência para definir as ações de mobilização.
Estes foram os principais temas debatidos na assembleia dos servidores penitenciários da região de Bauru, realizada hoje, na sede do SINDCOP. Cerca de 100 servidores estiveram presentes e permaneceram no local até o final da assembleia.
Considerada uma das assembleias mais participativas dos últimos tempos, realizada no SINDCOP, o evento demonstrou que os servidores estão dispostos a se unirem para juntos reivindicarem a pauta da Campanha Salarial de 2016.
A participação dos servidores no debate deixou claro que este é o momento para a categoria construir um calendário de luta que será seguido em todo estado e com o apoio do Sindcop, Sifuspesp e Sindespe.
Depois da leitura da ata da assembleia anterior o presidente do Sindcop, Gilson Pimentel Barreto esclareceu o objetivo da união das três entidades. Ele reiterou o motivo da convocação da assembleia, justificando que os servidores estavam ali para definir ações de protestos contra o governo.
Segundo ele, algumas dessas ações já estão sendo executadas, como as denuncias sobre as precariedades do sistema prisional que o sindicato tem feito à mídia.
“Hoje mesmo denunciamos o surto de caxumba que está ocorrendo no CDP de Bauru e o perigo que isso representa a saúde dos servidores”, disse ele.
O presidente do Sifuspesp, João Rinaldo, disse em seguida, que a categoria não quer mais negociar com o secretário da Administração Penitenciária (SAP)Lourival Gomes, porque este já demonstrou que não tem como atender as reivindicações dos servidores ou sequer de tomar as atitudes necessárias para melhorar as condições de trabalho da categoria.
Segundo ele, agora, as negociações deverão ser feitas com outras secretarias de Estado e com o próprio governo.
O Sindespe foi representado pelo tesoureiro da entidade Shelley Xavier, ele falou sobre a importância da união das entidades e lamentou a falta de participação dos AEVPs na assembleia. Dos cerca de 100 servidores presentes, havia apenas um AEVP – o tesoureiro da entidade.
Servidores
Muitos servidores se inscreveram para participar do debate que teve início com questionamentos sobre a possibilidade de ajuizamento de ações jurídicas para conquistar os reajustes salariais que até o momento não foram concedidos pelo governo.
Também foi sugerida a elaboração de uma cartilha de greve, contendo os direitos e os deveres dos servidores.
Porém, um dos temas que mais gerou polêmica entre os presentes foi a aceitação do DEJEP. Este foi considerado uma atitude contra o servidor e uma desobrigação do Estado de contratar novos trabalhadores para atender o sistema, que opera com número de servidores abaixo do recomendado.
“Estão criando um passivo de agentes que terão problemas de saúde mais cedo”, explicou João Rinaldo.
O DEJEP foi considerado pernicioso para categoria. Eles deram como exemplo o CDP de Itatinga que será inaugurado na próxima sexta-feira com número de servidores reduzidos. Para que a unidade funcione os servidores serão obrigados a aceitar DEJEP.
Também foi defendida a necessidade de se fazer uma “operação legalidade” – ou seja, uma recusa coletiva de desvio de função. Essa operação teria o objetivo de moralização do sistema e também de forçar governo a fazer novas contratações.
A assembleia encerrou por volta das 23 horas. Não houve esvaziamento e os servidores votaram, por aclamação, a favor das propostas sugeridas.
Estas propostas serrão somadas as de Presidente Prudente e as que serão apresentadas na próxima assembleia que será realizada em Campinas no próximo dia 27. A última assembleia será em São Paulo dia 4 de outubro.
Propostas de Bauru
– Cartilha de greve e de ações contra o governo;
– Oficiar as unidades prisionais para que acabe com o desvio de função;
– Fazer matérias explicativas sobre a operação legalidade;
– Instituir comissões permanentes nos locais de trabalho para debater a mobilização;
– Pressionar deputados da região para defender interesses dos servidores.
Propostas de Presidente Prudente
– As negociações deverão ser em conjunto com o Sifuspesp, Sindcop e Sindespe.
– Ações jurídicas conjuntas: reposição salarial, déficit funcional e hiper lotação.
– Trabalho de conscientização nas unidades prisionais com atos simbólicos.
– Manifesto público para chamar a atenção da sociedade e da mídia.
– Manifesto público na Assembleia Legislativa.
– Operação legalidade: conscientizar os servidores a realizar somente suas atribuições.
– Acompanhar a agenda do governador com protestos