o curso é oferecido na EAP
Aulas práticas da disciplina Contramedidas
Com o objetivo de trabalhar técnicas de combate corpo a corpo, em situações que não se pode usar disparos de arma de fogo, para preservar a integridade física de pessoas não suspeitas em situação de risco, a disciplina “Contramedidas” vem sendo ministrada nos cursos de formação de Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária (AEVP), da Escola de Administração Penitenciária “Dr. Luiz Carmargo Wolfmann” (EAP).
Implantada em 2013 com 10 horas/aula, a disciplina foi ampliada para 20h/a em 2015, para melhor atender as necessidades de segurança que o cargo requer. Atualmente a coordenação da disciplina está sendo realizada por Avany Viana de Oliveira (executivo público) que realizou oficina pedagógica no mês de maio. “Foram dois dias inteiros com todos os docentes da disciplina, com muita teoria, discussão e prática dos exercícios”, enfatiza a servidora que acabou se apaixonando pela matéria e pelos resultados que vem proporcionando aos alunos da EAP. Os idealizadores da disciplina foram os AEVPs Fernando Guimarães e Leandro Antonio dos Santos. “Sempre pensamos que o trabalho do AEVP necessitava de um leque maior de ferramentas ou opções para a atuação, devido ao alto nível de complexidade”, destaca o professor Leandro. “A maior dificuldade foi pela busca de técnicas não letais, foi quando tivemos contato com técnicas em cursos ministrados pela Tees Brazil e em livros e revistas especializadas, além, é claro, de ajustar a disciplina dentro da legalidade que o tema exige”, complementa.
A carreira de AEVP é nova, primeiramente substituíram os policiais militares nas muralhas. Em 2008 teve início um projeto piloto para iniciar as escoltas de presos e em 2013, as escoltas foram assumidas pela Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) em São Paulo, através da Coordenadoria de Unidades Prisionais da Região Metropolitana (Coremetro). A responsabilidade é muito grande, imaginem um preso sendo atendido em um hospital público, geralmente com muitas pessoas circulando no ambiente, entre pacientes, médicos e servidores da área de saúde, além do administrativo. O AEVP tem que estar pronto para impedir fuga ou resgate de presos, preservando vidas, e essa disciplina Contramedidas veio agregar conhecimentos e ampliar as possibilidades de sucesso na ocorrência.
“As técnicas aplicadas na disciplina Contramedidas vêm preencher uma lacuna existente entre as técnicas de artes marciais adaptadas à defesa pessoal e técnicas que envolvem o uso de armas de fogo, ensinadas até o momento em cursos de formação na área de segurança”, esclarece o professor Guimarães. “O grande diferencial está em ensinar ao aluno para se defender de uma agressão, seja ela armada ou não e mesmo portando arma, ele não poderá fazer uso de força letal”, acrescenta.
Em 2014, um grande reforço se juntou ao grupo de criação da disciplina, o agente de segurança penitenciária: Douglas Gonzales que trabalhou na ampliação do conteúdo que está sendo aplicado atualmente no Curso.
Os alunos do Curso de Formação relatam que a disciplina é muito importante para as atividades dos agentes no cotidiano, em suas atividades, principalmente na rua. Muitos falam que a matéria agrega valor e que seria interessante aumentar a carga horária para turmas futuras. “Excelente disciplina, vital para a sobrevivência administrativa e na vida pessoal. Devendo ocupar então um maior destaque na grade curricular”, enfatizou um aluno na avaliação de desempenho do docente de Contramedidas.
Docentes da Disciplina de Contramedidas