insegurança
Locais insalubres, condições de trabalho precárias, ambiente estressante e falta de segurança, são apenas alguns dos problemas vividos pelos servidores públicos do sistema penitenciário brasileiro.
Um estudo realizado pelo doutor em psicologia da USP, Arlindo da Silva Lourenço, no ano de 2010, já mostrava naquela época a situação caótica existente nas unidades prisionais do país.
Segundo o especialista as maiores vitimas do retrato estarrecedor do sistema, são os agentes penitenciários, não obstantes os outros servidores, expostos a rebeliões, problemas diários com superlotação, falta de servidores (seja da segurança, saúde, motoristas, manutenção, trabalho, administrativo, etc) que acabam tendo sérios problemas como agressões por presos, tentativa de homicídio, feitos como reféns dentro do próprio ambiente de trabalho e com os desmandos de diretorias desqualificadas que fazem de tudo para se manterem nos cargos.
O estudo mostrou que pelo menos 10% dos servidores eram afastados por motivo de saúde como desordens psicológicas e até mesmo psiquiátricas. O que atualmente é bem maior já que a SAP não divulga dados precisos de servidores públicos afastados por saúde.
Com problemas frequentes frente à situação vivida pelos trabalhadores, a expectativa de vida dos agentes está cada vez mais curta, segundo a pesquisa feita pela USP, muitos servidores morrem cedo, entre 40 e 45 anos, devido à complicações contraídas durante o exercício da profissão, como diabetes, infartos, hipertensão, ganho de peso, estresse, problemas psicológicos, pós traumáticos, lesões corporais devido a agressões dentro de unidades prisionais, assassinatos fora das unidades e depressão.
Os resultados negativos são reflexos da longa jornada de trabalho dos agentes penitenciários, e ainda, com relação à dificuldade encontrada com os ambientes de trabalho, além de equipamentos precários que dificulta ainda mais a vida e o dia a dia desses servidores. Sem contar com as condições de atendimentos aos apenados, também precárias, devido a superlotação dos presídios ou quando se tem profissionais das áreas.
Para o especialista essa situação deteriora e empobrece a pessoa humana, por isso o risco dentro e fora das unidades acaba sendo muito grande, por conta desses problemas frequentes e a superpopulação carcerária que aumentou mais de 400 % nos últimos anos, enquanto a população do pais no mesmo período subiu 85%, e mostra uma grande ineficácia quanto as políticas de segurança e sistema penitenciários nacional. Que não tende a ficar como está e só a piorar se nada for feito pelo Estado.
O que preocupa em demasia, mediante estudos e alerta de entidades sindicais, é o descaso do governo quanto a proteção e segurança dos agentes e servidores que além de serem trabalhadores também são seres humanos e tem direitos preservados na Constituição Federal Brasileira como trabalhadores e cidadãos brasileiros. E ao mesmo tempo as entidades ligadas aos direitos humanos reconhecem as dificuldades destes servidores em efetuar seu trabalho com um sistema penitenciário desqualificado, omisso, inadequado e superlotado como esta hoje em dia.