Servidores não querem ser transferidos de Bauru, caso haja
Inês Ferreira
assessora de imprensa do SINDCOP
Diretores do SINDCOP e servidores penitenciários do IPA (Instituto Penal Agrícola) participaram da seção da Câmara de Vereadores de Bauru, na tarde de ontem, para pressionar os vereadores para defender a permanência de agentes penitenciários em unidades de Bauru, caso o IPA (Instituto Penal Agrícola) seja desativado. Os servidores, junto com o presidente do SINDCOP e da Febrasp (Federação Brasileira de Servidores Penitenciários), Gilson Pimentel Barreto pediram apoio aos vereadores para que não haja transferências de servidores para outras cidades do Estado.
Trabalham no IPA cerca de 250 servidores penitenciários. Os servidores não querem ser transferido para outras cidades e isso traria grandes prejuizos psicologicos, familiares e economicos a todos os funcionarios e familiares.
“Eu trabalhava em São Paulo e queria ficar mais próximo de minha família, que mora na região de Bauru. Tentei a transferência de forma administrativa e foi negada, fiz a inscrição na lista de transferência e só depois de seis anos consegui a transferência para Bauru. Não é justo agora ser transferido para outra cidade. Isso mexe com as estruturas familiar, psicológica, social e financeira do servidor. Se houver desativação, espero que seja respeitado o local de lotação, que pelo mesmo fique na cidade de Bauru”, disse um servidor que prefere não se identificar.
Outro servidor que trabalha no sistema há 14 anos disse que fez a prova regional para trabalhar em Pirajuí, como não havia vagas foi para Guarulhos.
“Briguei quase 4 anos para retornar a Bauru. Para mim isso é uma regressão. Na época era mais jovem, não tinha filhos. Agora tenho mais dificuldades para viajar, além de ser um transtorno financeiro e familiar. Além disso, hoje, no Estado de São Paulo não se anda se pagar pedágio”, afirmou.
Notícia não confirmada
A informação de que o IPA será transformado em uma escola de policiais foi publicada no Jornal da Cidade, no último dia 28 de julho. Segundo o jornal, a informação foi apurada a partir de conversas de bastidores entre lideranças políticas e forças vivas da cidade.
Ainda segundo a matéria, as atuais instalações do IPA serviriam para a criação de uma nova escola de formação de policiais militares direcionadas a atender os candidatos aprovados em concurso público oriundos do Interior do Estado, coerente com uma das principais vocações de Bauru na atualidade que é a prestação de serviço em educação. O prédio voltaria à sua antiga finalidade, como foi no passado, quando funcionava uma escola agrícola.
SAP
Ao tomar conhecimento da informação a diretoria do SINDCOP entrou em contato com a SAP, para obter a confirmação da notícia, porém a SAP não confirmou a informação.
Na semana passada o presidente da Câmara, Sandro Bussola falou sobre o assunto durante a seção da Câmara e prometeu chamar uma audiência pública para discutir o sistema penitenciário da cidade.
Ontem, servidores decidiram procurar os vereadores e cobrar um posicionamento deles.
Segundo o presidente do SINDCOP se ocorrer a desativação a SAP deverá transferir cerca de 1.200 detentos que estão em regime semi aberto para outras unidades.
“Um dos questionamentos é saber para onde esses detentos serão mandados. Temos cerca de três mil presos somente nas Penitenciárias I e II. Essas unidades estão superlotadas e não podem receber mais presos”, disse o presidente.
MNIFESTAÇÃO UNIFICADA
Após a seção da Câmara, servidores penitenciários realizaram uma assembleia na sede do SINDCOP para discutir a desativação do IPA e decidir sobre a participação dos servidores na Mobilização Unificada da Segurança Pública, que está acontecendo hoje em São Paulo.
Hoje, a diretoria da entidade está em São Paulo participando dos manifestos contra o governo estadual.
Durante a assembleia foi debatida a forma de participação na mobilização dos servidores do sistema penitenciário da Região Noroeste.