SINDCOP não é contra a greve
A greve é um instrumento legal de pressão dos trabalhadores sobre os empregadores, sejam as empresas ou o Estado, para que suas reivindicações sejam atendidas. Greve é uma paralisação de atividades de determinada área, feita em comum acordo, geralmente sob orientação de sindicatos que são os responsáveis por lutar pela garantia dos direitos da dita categoria.
A greve é o último recurso usado pelo trabalhador para reivindicar seus direitos, porque pode trazer benefícios, mas também pode trazer prejuízos aos trabalhadores. Sabemos disso por experiência própria. Ainda não esquecemos o triste fim da greve de 2004.
Antes de levar a categoria a deflagrar uma greve, o sindicalista deve prepará-la, apresentar uma estratégia e colocar a categoria a par dos riscos. Deflagrar uma greve é fácil, difícil é conduzir todo o processo sem que o trabalhador seja prejudicado.
Não somos contra greves. Somos equilibrados. Não vamos levar os servidores a uma paralisação somente porque estamos de mal com o poder, ou porque queremos visibilidade na mídia próximo ao período eleitoral.
Por isso, ao contrário da matéria veiculada no site de uma outra entidade, ratificamos o que erroneamente foi publicado.
Primeiro, Bauru faz parte da Região Noroeste, que é base territorial do SINDCOP e aqui quem decide se haverá greve ou não são os servidores, mediante convocação de assembléia realizada pela SINDCOP.
Segundo, não foi o SINDCOP que rompeu com as negociações da pauta unificada, entregue ao governo de Estado e assinada por duas entidades em 2013.
Participamos de inúmeras reuniões para discutir a pauta unificada. Convocamos reuniões com a categoria em nossa sede para incluir itens específicos da Região Noroeste. Porém, fomos colocados de lado, em um determinado momento.
Isso ocorreu depois que o dirigente sindical da outra entidade passou a ter conversas particulares com o Governo, e foi privilegiado com agendas arrumadas por um deputado da base de Geraldo Alckim e mais, passou a compor a diretoria de uma central sindical que está de mãos dadas com o governo de Estado. Esta, inclusive, detém uma secretaria de governo.
Embora a pauta unificada tenham a assinatura das duas entidades, o SINDCOP não foi consultado, em nenhum momento, sobre a possibilidade de integrar um movimento de paralisação de servidores.
Não somos candidatos a cargos políticos na próxima eleição. Também não somos dirigentes de central sindical articulada com o governo. Nossa Força é outra. Estamos negociando as reivindicações da categoria e fazendo a nossa parte da melhor maneira possível – sem peleguismo. E isso, não é fácil!
Não aceitamos transferir a responsabilidade de uma ideia “paradista” para Bauru. Aqui, lutamos para abrir portas e sermos ouvidos. Lutamos para sermos respeitados e consequentemente dar voz ao servidor.
Enquanto isso, o presidente da outra entidade tem as portas do governador, de onde entra e sai quando quer.
Todas as vezes que participamos de mobilizações com a outra entidade fomos muito claros sobre as dificuldades de mobilizações da Região Noroeste.
Se o presidente da outra entidade, acha que o fardo é pesado demais, esperamos que ele pense melhor antes de levar a categoria para um movimento sem organização e planejamento necessários para fazer uma greve.
Somos servidores públicos. A greve na nossa categoria é uma atitude que tem de ser muito bem pensada por causa das consequências. Greve não é oba, oba.
O SINDCOP não é contra a greve. Porém não somos irresponsáveis e não vamos levar nossos filiados a um movimento desorganizado.
Vamos acompanhar a mobilização da outra entidade. Se eles acham que são capazes de tocar a greve sozinhos, que fiquem vontade.
Se a outra entidade tem filiados na Região Noroeste ela tem todo o direito de formar nesta região Comissões de Greve para que comandem o movimento.
Não venha culpar Bauru por omissão. Fomos camaradas, até fizemos de conta que não vimos quando a outra entidade chamou uma assembléia na nossa base territorial.
Greve quem decide é a categoria. Se esse for o seu desejo o Sindicato deve apoiá-lo. Respeitamos a vontade da categoria, porque somos apenas seus representantes.
Respeitamos a base territorial das outras entidades. Esperamos ser respeitados. Se quiserem fazer um movimento sério estamos abertos a construir a greve com qualquer entidade, “A” ou “B”.
Não aceitamos a leitura do presidente da outra entidade de que Bauru é contra uma greve geral. Só não participamos de jogos políticos. Se ele quer greve, que a faça e assuma os riscos.
A categoria, vem em primeiro lugar, depois as pretensões pessoais.