Gisela nardelli
Assessoria de imprensa do Sindcop
O Ministério da Justiça (MJ) abriu nesta semana dois debates públicos que devem discutir o uso da internet e a proteção dos dados do cidadão.
Trata-se do anteprojeto de lei de Proteção de Dados Pessoais e a minuta do decreto presidencial que vai regulamentar o Marco Civil da Internet, sancionado em abril do ano passado.
As duas plataformas, uma para cada tema, estão nos portais de participação do MJ na internet.
O lançamento do Debate Público aconteceu na quarta feira dia 28/01/2015 onde participaram autoridades do governo federal em Brasília.
Segundo informações do Ministério da Justiça inicialmente, os debates públicos receberão contribuições ao longo de 30 dias, prazo esse que poderá ser estendido.
Durante o evento de lançamento das discussões, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, informou que o governo pretende elaborar dois textos a partir das contribuições que virão de forma democrática e participativa. Ele disse ainda que é fundamental que o texto da regulamentação do Marco Civil tenha o mesmo espírito do decreto que encantou o mundo, disse ao lembrar a positiva repercussão internacional do Marco Civil.
Da mesma forma que o debate sobre a regulamentação do Marco Civil, Cardozo acredita que a Proteção de Dados Pessoais será mais um desafio do governo e que dará exemplo ao mundo, pois a “ampla participação da sociedade no debate” vai garantir que o tema tenha a pactuação necessária com o Congresso Nacional para sua viabilização.
O Ministério da Justiça considera fundamental ter um marco legal de proteção de dados no Brasil baseado no consentimento e no uso legítimo desses dados, ferramentas de exercício de direitos e padrões mínimos de segurança e privacidade para o cidadão. Atualmente, mais de 100 países já possuem leis de proteção de dados pessoais.
Regulamentação do Marco Civil
A plataforma destinada ao debate do Marco Civil não terá um texto de base. Serão criados eixos com conteúdos já inclusos no Marco Civil, mas que foram tratados de forma genérica ou que dependem de regulamentação.
São eles as exceções da neutralidade de rede (princípio que garante que dados que circulam na rede sejam tratados sem distinção por conteúdo, origem, destino ou serviço), a guarda de registros de conexão (de responsabilidade das operadoras) e registros de aplicações (coletados por sites, serviços, redes sociais e aplicativos móveis), privacidade na rede e outros temas passíveis de regulamentação.
Proteção de Dados Pessoais
A plataforma sobre a Proteção de Dados Pessoais terá a sugestão de um texto elaborado a partir do debate público que ocorreu entre 2010 e 2011. O anteprojeto de lei visa assegurar ao cidadão uma série de direitos básicos sobre seus próprios dados pessoais, ainda que armazenados em centrais fora do país. O projeto visa permitir que o cidadão tenha controle sobre como suas informações pessoais são utilizadas, seja por organização, empresa ou governo. Tem ainda o objetivo de estabelecer princípios e direitos como finalidade específica (o dado não pode ser usado para finalidades desconhecidas ao cidadão), transparência (o cidadão tem direito de conhecer quais dados estão sendo tratados e de que forma) e segurança e responsabilidade (a legislação deverá prever eventual reparação ao usuário).
O texto trata também de questões como vazamento de dados, dados sensíveis, estabelecimentos de princípios, o consentimento do titular, comunicação, interconexão e uso compartilhado de dados pessoais, transferência internacional de dados, responsabilidade dos agentes de tratamento, segurança e sigilo de dados, boas práticas e sanções administrativas.
O novo debate pretende discutir com a sociedade qual a melhor forma de garantir esses direitos diante de diversos modelos de legislações internacionais.
As informações foram passadas pelo Ministério da Justiça com texto adaptado pelo Sindcop.
O Ministério da Justiça (MJ) abriu nesta semana dois debat