Oitava morte do ano

Com extremo pesar, o Sindicato dos Servidores…

Sindcop lamenta a morte de mais um servidor penitenciário

Com extremo pesar, o Sindicato dos Servidores Públicos do Sistema Penitenciário Paulista – Sindcop – lamenta mais uma morte. Ontem à noite, o Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária (AEVP) Carlos Gil, lotado no CDP de Serra Azul, foi encontrado morto, com sinais de execução, em um canavial na estrada vicinal entre Serrana a Cravinhos.

Ele estava desaparecido havia dois dias e foi encontrado com dois tiros, sendo um na nuca e outro na costela – claramente sinais de execução. O caso foi registrado na delegacia da cidade de Serrana. Carlos deixa a esposa servidora e filhos. O sepultamento acontece nesta tarde, a partir das 16:00h, em Serrana.

Segundo informações, a polícia investiga a morte, mas não pode adiantar nenhuma informação para não atrapalhar o caso. Até o final desta publicação, a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) não havia se pronunciado sobre a morte do AEVP.

“Casos como estes já estão se tornando corriqueiros e o Governo continua se acovardando para tomar uma atitude enérgica contra o crime organizado. Quantos de nós devem morrer para que o Governo tome uma atitude? Até quando o sistema penitenciário vai ficar calado aceitando este tipo de acontecimento? Só vamos ficar sentados cobrando ou vamos fazer algo?”, comenta o primeiro secretário do Sindcop, Carlos Neves.

Em Ofício encaminhado à Coordenadoria Noroeste em setembro deste ano (Ofício 21/2014) – conforme anexo abaixo – e após assembleia com servidores da categoria, o Sindcop afirma sua deliberação sobre a falta de condições de trabalho dos servidores: suspensão de visitas nas localidades em que acontecerem os fatos e paralisação das atividades, caso os resultados do corte das visitas sejam insatisfatórios.

“Acredito que estamos chegando a uma situação de guerra, que teremos que nos defender com tudo o que temos para não sermos massacrados na rua, na porta de casa, na saída ou chegada do trabalho. Não somos animais para sermos abatidos. Chegou a hora de mostrarmos nossa indignação. Mostrar que somos humanos e temos sentimentos pelo próximo porque o próximo a ser morto poderá ser qualquer um de nós. Chegou a hora de organizar e fortalecer as entidades sindicais, deixar de lado o preconceito e enxergar que não existe mais ninguém para nos ajudar e defender. Ou em sua opinião tem mais alguém? Caso o Estado não tome medidas eficientes, devemos parar, se preciso, com o sistema penitenciário. Parar visitas, jumbo, Sedex, o que for necessário. Até que as mortes parem e os envolvidos paguem por seus crimes. Mas isso não adianta nada se os servidores não estiverem empenhados e juntos. Então, nos ajude a ajudar você. Entre em contato conosco, participe”, declara o primeiro secretário do Sindcop. 

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