Os presídios da região de São Carlos (SP) têm 2.819 dete
Os presídios da região de São Carlos (SP) têm 2.819 detentos acima da capacidade prevista, segundo dados contabilizados na segunda-feira (19/01) pela Secretaria de Administração Penitenciária do Estado de São Paulo (SAP). A superlotação gera queixas de detentos e parentes. A situação preocupa e, segundo um sociólogo, está relacionada à má gestão da política de segurança pública do Estado.
Em Itirapina, a penitenciária I tem capacidade para 316 presos, mas está com mais que o dobro, 669, e o anexo de regime semiaberto tem 39 pessoas acima do limite de 222 vagas. Já a unidade II tem 970 detentos acima da capacidade, que é de 1.280. Em Casa Branca, a penitenciária pode abrigar 926 pessoas, mas está com 1.903. Em Araraquara, a situação não é diferente. A penitenciária tem 1.541 presos, mas foi construída para 1.061.
Em nota, a SAP informou que estão sendo construídas mais unidades prisionais e que já foram inauguradas 17 novas prisões no Estado. Ainda segundo a secretaria, apenas na região estão em andamento presídios em cidades como Piracicaba, Mogi Guaçu e Mairinque.
Mas, sozinhas, as novas prisões podem não resolver o problema. “Todas as unidades têm escassez de funcionários e quando isso acontece em uma prisão que está superlotada é preciso encontrar alternativas para conseguir gerenciar essas unidades prisionais. Hoje os espaços de vivência dentro das penitenciárias são administrados pelo crime e não pelo Estado”, afirmou o sociólogo Felipe Ataíde Lins de Melo.
Para ele, a superlotação está relacionada à má gestão da política de segurança pública do Estado e algumas medidas podem ajudar a resolver a questão. “Modernização da própria administração penitenciária, e passa por uma maior atuação da Defensoria Pública, pelo fortalecimento da Defensoria Pública, da esfera da Justiça no que diz respeito à situação do encarceramento”.
Problemas
A superlotação das celas é uma das críticas mais recorrentes de quem conhece a situação da penitenciária de Itirapina. Uma mulher que a cada dois meses visita o irmão, preso há um ano por furto, não se conforma com as condições. Ela diz que 16 presos convivem juntos na cela e que não têm água para tomar. “É insuportável”,afirmou.
Outra visitante contou que os detentos têm de dividir os colchões e uma aposentada relatou que seu filho de 26 anos, preso por tráfico de drogas, também reclama da alimentação na penitenciária. “Ele falou que põe na boca, a boca enche de água, ele tem que jogar fora. Ele se alimenta de bolacha, pão, as coisas que eu trago de casa”.
As informações são do portal de notícias G1