Quanto vale um servidor penitenciário?

Conforme publicação do Diário Oficial do Estado…

Governo oferece recompensa por informações sobre crimes

Conforme publicação do Diário Oficial do Estado, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) fixou valores que, somados, chegam a R$ 120 mil em recompensas por informações qualificadas e que ajudem a esclarecer as mortes de seis agentes penitenciários, ocorridas este ano. O valor total das recompensas está dividido por casos: três recompensas são de R$ 30 mil e as outras três, de R$ 10 mil cada. 

Conforme o Sindicato dos Servidores Públicos do Sistema Penitenciário Paulista – Sindcop – já divulgou, apenas neste semestre, cinco agentes penitenciários foram mortos em quatro cidades do Estado de São Paulo: Praia Grande, Campinas, Osasco e Taiúva. Em março, um AEVP também foi assassinado em São Vicente.

Em entrevista à assessoria de imprensa do Sindcop, um ASP, que não deseja ser identificado, declarou: “A Secretaria da Segurança Pública – que tem o dever de concluir as investigações e dar respostas à sociedade com a prisão dos bandidos, assume, direta ou indiretamente, seu despreparo para realizar seus serviços. Dependendo de quem oferecer as informações, os valores poderão ser utilizados até mesmo para alimentar as próprias facções criminosas. Até quando concordaremos com as ações do Governo do Estado?

Quando os servidores irão se organizar com os sindicatos da categoria para dar uma resposta a estas mortes? Não seria melhor atacar a raiz do problema, que é o crime organizado? Apesar da SAP considerar o crime “desorganizado”, ele já comanda boa parte do sistema penitenciário nacional.

Quanto vale a vida de um servidor penitenciário? R$ 30 mil? Como a Secretaria pode pagar recompensa para resolver crimes e não pagar o seguro de vida para os familiares dos servidores falecidos? O seguro é sempre protelado e demora até anos para que os familiares recebam o dinheiro.

Para os familiares dos ASPs e AEVPs, a situação é inadmissível. As famílias precisam de pais vivos e não mortos. Ao invés de progredir, o sistema está regredindo. Se fosse um político ou uma pessoa famosa, talvez os casos tivessem soluções mais rápidas. 

A segurança de qualquer cidadão é dever do Estado; um direito CONSTITUCIONAL, que inclui policiais militares, civis e agentes penitenciários. Onde estão os direitos humanos dos servidores? Estes órgãos só trabalham para os presos? Investem na resolução das mortes dos servidores, mas não possuem coragem de investir no fim do problema? Será que é assim que pensam os nossos governantes? E você o que acha? Dê sua opinião. Ligue ou escreva para o Sindcop: 3226.3255 / sindcop@sindcop.org.br

Disque denúncia: 181

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