Senado vai analisar em 2014 mudanças no sistema prisional

Senado vai analisar em 2014 mudanças no sistema prisional

Senado vai analisar em 2014 mudanças no sistema prisional

Anteprojeto foi entregue na quinta-feira, 5, ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL)

Elaborado por uma comissão de juristas, o anteprojeto de lei para a reforma da Lei de Execução Penal (Lei 7210/1984) propõe uma mudança radical: controle eletrônico de vagas e penas; fim do alvará de soltura, e proibição de novos detentos em presídios com lotação completa. O objetivo é reduzir a superlotação das prisões, humanizar o tratamento aos presos e combater a impunidade.
De acordo com o presidente da comissão, o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Sidnei Beneti, o anteprojeto determina também que, na hipótese de superlotação e necessidade de abertura de vagas, está prevista a realização de mutirões carcerários. Ele explicou que os presos deverão ser soltos imediatamente após o fim da pena, o que será facilitado pelo sistema de informação integrado.
A relatora do anteprojeto, Maria Teresa Gomes, secretária da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos do Paraná, informa que os municípios ficarão responsáveis por adotar medidas que permitam a reinserção social de ex-detentos e daqueles em regime aberto ou liberdade vigiada: escolarização, qualificação profissional, emprego e tratamento médico.
O anteprojeto foi entregue na quinta-feira, 5, ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que ressaltou na cerimônia o fato de o Brasil ter a quarta maior população carcerária do mundo. Já a Suécia desativou, recentemente, quatro presídios e um centro de detenção por falta de detentos. Renan explicou que na Suécia a desativação dos presídios foi possível principalmente pelos investimentos em reabilitação social e penas alternativas.
O parlamentar afirmou ainda que o sistema prisional, para funcionar bem, deve ser transparente e equilibrado nas suas ações, proporcionando condições efetivas para que a pena cumpra o seu papel de punição, repressão, prevenção e reintegração social. “O nosso sistema carcerário tem um déficit de 240 mil vagas e existem mais de 200 mil ordens de prisão a cumprir”, destacou.
Ele chamou atenção para o crescimento vertiginoso da população carcerária no Brasil. Renan Calheiros disse que, atualmente no Brasil, as cadeias públicas guardam mais de 500 mil detentos, sendo quase a metade de presos provisórios. “Esse número revela um assustador índice de criminalidade, que se apresenta ainda mais alarmante se for considerado o alto índice de delitos impunes”, observou.
 

Divulgação/Agência Senado

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