Em apenas três meses, cinco agentes penitenciários foram m
Em apenas três meses, cinco agentes penitenciários foram mortos em quatro cidades do Estado de São Paulo: Praia Grande, Campinas, Osasco e, recentemente, em Taiúva. A morte desses servidores mobiliza a categoria, assim como seus familiares, que permanecem em luto desde a última barbárie, ocorrida domingo (02/11), quando o ASP Marcos Azenha (47) foi assassinado com 15 tiros, em frente sua casa.
Inconformado com esta realidade, no dia 24 de setembro do ano passado, o Sindicato dos Servidores Públicos do Sistema Penitenciário Paulista – Sindcop – encaminhou ofício (nº 21/2014) para a Coordenadoria das Unidades Prisionais da Região Noroeste, solicitando providências em relação à segurança dos servidores. Não havendo resposta, o Sindcop encaminhou outro ofício (23/2014), no dia 05 de novembro, desta vez, para o secretário da Administração Penitenciária do Estado de São Paulo (SAP), pedindo, novamente, ações urgentes quanto à falta de segurança e exposição a riscos de vida pessoal e familiar dos agentes penitenciários.
“Atualmente, o Sistema Prisional Paulista não oferece condições mínimas de segurança aos seus dedicados servidores penitenciários, estando em maior exposição os ASPs e AEVPs. Isso acontece porque o efetivo disponibilizado é imensamente menor do que o necessário, inclusive, pelos quantitativos mínimos exigidos pelo Ministério da Justiça”, esclarece Gilson Pimentel, presidente do Sindcop.
“Nós, sindicalista, estamos preocupados com essas mortes e atentados. Nós cuidamos dos presos, preservamos sua integridade física, e estamos sendo ameaçados. Mas, como vamos conseguir trabalhar dentro das prisões, cumprindo nossas obrigações conforme a lei, sem deixar que as contravenções ocorram dentro do sistema penal? Estamos sendo cada dia mais coagidos nas ruas, a fim de fazermos “vistas grossas” com o que acontece dentro das cadeias.
O Estado não nos oferece condições mínimas, nem psicológicas, para trabalharmos com afinco dentro das unidades. Por isso, estamos pedindo ao coordenador, ao secretário e ao governador, medidas drásticas em relação à segurança dos ASPs e AEVPs. É preciso que haja uma investigação séria para identificar e punir severamente os envolvidos nesses crimes.
Trabalhamos para a ressocialização do preso, preservando sua integridade física. E a nossa integridade física e da nossa família, quem garante? Quando um servidor morre, os companheiros vão “morrendo” também porque a SAP não oferece respaldo dentro nem fora das unidades prisionais. Sem contar que trabalham em números reduzidos e, por vezes, sem rendição até mesmo para ir ao banheiro”, comentam os membros da diretoria do Sindcop.