A reportagem do Sindcop questionou Iamspe, governo e Santa Casa sobre a falta de atendimento. Em vídeo, no ano passado, ex-governador disse que havia ocorrido entendimento para a retomada do atendimento, o que não ocorreu até o momento.
Carlos Vítolo
Da redação – Imprensa Sindcop
Desde o ano passado o Sindcop tem recebido reclamações de policiais penais e outros servidores do sistema prisional de Presidente Prudente e região, sobre a falta de atendimento do convênio do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (Iamspe) junto à Santa Casa do município.
A situação vem se arrastando desde a não renovação do contrato entre Iamspe e Santa Casa. Em maio do ano passado, o então governador Rodrigo Garcia, esteve em Presidente Prudente em um evento no Centro Cultural Matarazzo e durante entrevista coletiva concedida a jornalistas, com a participação da reportagem do Sindcop, anunciou a retomada do atendimento do Iamspe pela Santa Casa, o que não ocorreu até o momento.
Na oportunidade, o agora ex-governador, disse que havia ocorrido um entendimento entre as instituições para manter o convênio do Iamspe ativo. “A gente sabe da importância do atendimento à saúde do Iamspe para os servidores públicos do Estado. Nós tínhamos algumas dificuldades de conseguir concretizar esse convênio com a Santa Casa, portanto, os funcionários públicos do Iamspe tinham que se deslocar a outros locais para terem seu atendimento. A gente conseguiu um entendimento com a Santa Casa de Prudente e ter o convênio do Iamspe ativo”, disse Garcia na coletiva.
Confira a fala do ex-governador:
Na época, a reportagem do Sindcop manteve contato com o instituto em busca de esclarecer e orientar os servidores e, em nota, o Iamspe informou que, “a decisão de não renovar o contrato de credenciamento partiu da Santa Casa de Misericórdia de Presidente Prudente”.
A reportagem também entrou em contato com a Santa Casa, que confirmou que o contrato com o instituto encerrou em 28 de fevereiro de 2022, que a decisão não foi tomada de forma repentina e que o encerramento do contrato se deu devido às partes não chegarem a um termo comum no tocante as tabelas de pagamentos dos procedimentos.
Na última segunda-feira (13), a reportagem do Sindcop novamente manteve contato com o Iamspe, com a Santa Casa e com o governo de São Paulo para obter informações sobre a situação.
Em resposta ao pedido da reportagem do Sindcop, o Iamspe encaminhou nota informando que a gestão atual retomou as tratativas. “O Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (Iamspe) informa que a gestão atual retomou as tratativas para viabilizar um novo convênio para a região de Presidente Prudente. Em 2022 foram abertos quatro editais de credenciamento, porém a Santa Casa de Presidente Prudente não manifestou interesse”, descreve a nota.
A nota do instituto também aponta que os “usuários de Presidente Prudente podem contar com atendimento hospitalar nas cidades próximas: Presidente Venceslau, Presidente Bernardes, Rancharia e Santo Anastácio, além de clínicas credenciadas no próprio município”, finaliza.
Com o objetivo de esclarecer a situação, a reportagem do Sindcop também encaminhou na segunda-feira (13) um pedido de nota à Santa Casa, no entanto, a instituição não se manifestou. O mesmo pedido foi encaminhado ao governo de São Paulo na terça-feira (14), mas também não houve resposta até o fechamento da reportagem.
Para o presidente do Sindcop, Gilson Pimentel Barreto, ficou claro “que não houve interesse da Santa Casa porque os valores praticados estão abaixo de outros planos de saúde que contratam os leitos e que praticam outras tabelas de valores. O Iamspe está muito abaixo, portanto, não há interesse no credenciamento”, disse.
Barreto destaca que a própria constituição do Iamspe diz que ele seria mantido com 2% de contribuição dos servidores e 2% do patronato, no caso, o Estado., mas que “o Estado nunca fez a parte dele. O Estado é o gestor do dinheiro, ou seja, o servidor entra com a maior parte, mas não faz a gestão do dinheiro. O servidor é o dono do plano de saúde e não consegue nem auditoria”, disse. Para o sindicalista, depende da pressão dos servidores da região junto aos políticos, à Câmara Municipal e deputados estaduais da região.