Sindcop participa na Alesp de audiência para discutir juros da dívida pública estadual

“Existe um mecanismo obscuro que gera um tipo de dívida pública que sequer aparece oficialmente”, disse a coordenadora ACD, Maria Lúcia Fattorelli.

Carlos Vítolo

Da Redação – SINDCOP (com informações da Alesp)

O Sindcop participou de uma audiência pública na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), que discutiu a dívida do estado e o limite dos juros.

A audiência foi organizada pelo deputado Carlos Giannazi (Psol), na última quinta-feira (19). O evento contou com a participação do também deputado Donato (PT) e da coordenadora nacional da Auditoria Cidadã da Dívida Pública (ACD), Maria Lúcia Fattorelli.

De acordo com publicação da Alesp, bilhões de reais que poderiam ser direcionados a políticas públicas e investimentos sociais como Saúde, Educação e Transporte não chegam ao seu destino. Destaca ainda, que o dinheiro é utilizado para pagar os juros da dívida pública do Estado e da União a bancos e outros credores nacionais e internacionais.

De acordo com Fattorelli, “existe um mecanismo obscuro que gera um tipo de dívida pública que sequer aparece oficialmente. Ela é paga mediante utilização de recursos orçamentários antes deles chegarem aos cofres públicos”, disse.

A coordenadora da ACD destacou ainda que “esse sistema da dívida tem sido um mecanismo de subtração de riquezas para direcioná-las, principalmente, ao setor financeiro. Isso tem que mudar, para que os recursos cheguem aonde têm que chegar, ou seja, às políticas públicas sociais”.

Fattorelli explicou ainda que é preciso um trabalho de mobilização por mudanças. “Temos conseguido barrar as tentativas de legalizar a prática e existe a noção do tamanho do poder contra o qual estamos lutando. Contudo, nossa associação, sozinha, não conseguirá fazer as mudanças necessárias. Isso vai depender do interesse da sociedade, de todos que se sintam cidadãos e cidadãs para dialogar com os parlamentares de todos os partidos. Para que realente haja uma mudança, essa luta precisa ser suprapartidária”, disse.

De acordo com o organizador da audiência, deputado Giannazi, a intensão é criar uma Frente Parlamentar para discutir a questão. “Temos vários deputados que querem debater isso e impedir que esse dinheiro seja sangrado para a especulação. Da forma correta, essa quantia ficaria aqui em São Paulo, para a Educação, Saúde, universidades públicas, para o Sistema Único de Saúde e a Assistência Social. Esse dinheiro deveria servir para ser investido nas políticas públicas e não para pagar banqueiros”, explicou Giannazi.

O deputado Donato disse que é importante dar luz a um tema que tem pouca visibilidade. “Essa questão deve ser apresentada com clareza para a sociedade, porque ela se reveste de todo um economês e uma linguagem técnica como se não fosse, na verdade, uma disputa política para repartir os recursos públicos. Nisso, os mais fortes e ricos acabam se apropriando de recursos em desfavor daqueles que mais precisam do Estado, que são os mais pobres”, apontou o parlamentar.

Assista a audiência:

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