Carlos Vítolo
Da Redação – SINDCOP
A saúde mental das mulheres profissionais da segurança pública e o impacto do assédio nos altos índices de suicídio será tema de uma audiência pública no Senado. A realização da audiência pública ainda não tem data definida.
O debate foi pedido pela senadora Leila Barros (PDT/DF) e aprovado pela Comissão de Assuntos Sociais do Senado. De acordo com a senadora, serão apresentados os resultados do Congresso Internacional das Mulheres Policiais, realizado em Brasília, no ano passado, que tratou da saúde integral na atuação e valorização da mulher policial.
“A falta de debate aberto sobre assédio e suicídio e a insuficiência de dados sobre o tema prejudicam a gestão psicológica e dificultam a divisão de responsabilidade entre os envolvidos. É urgente discutirmos o problema com especialistas, a fim de propor soluções mais efetivas para o combate do assédio e o suicídio nessas instituições. O recente caso da escrivã Rafaela configura a repetida história que perpassa anos e décadas. Precisamos preservar essas profissionais do desgaste emocional e mental ao longo da carreira”, disse a senadora.
A escrivã Rafaela Drumond foi encontrada morta em casa em junho do ano passado. Rafaela trabalhava na cidade mineira de Carandaí e havia feito denúncias de assédio moral, sexual e pressão com sobrecarga no trabalho ao Sindicato dos Escrivães da Polícia Civil de Minas Gerais. Dias após sua morte, circulou nas redes sociais um vídeo com Rafaela sendo xingada.
“Estudos apontam para a larga incidência de estresse, depressão, ansiedade, dentre outros males resultantes da violência organizacional e psicológica a que são submetidas as profissionais da segurança pública, que atuam sobre forte pressão psicológica”, destacou a senadora.
No ano passado, a Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça e Segurança Pública (Senasp/MJSP) divulgou números relacionados ao aumento no número do efetivo das mulheres que atuam em órgãos de segurança pública de todo o país. Os estados com maior destaque nesse aumento do efetivo feminino foram Espírito Santo, Acre, Roraima, Amapá e Rio Grande do Norte.