Carlos Vítolo
Da Redação – SINDCOP
Em ofício encaminhado ao secretário da Administração Penitenciária, Marcelo Streifinger, o Sindcop solicitou uma reunião com o chefe da pasta para discutir assuntos de interesse categoria, principalmente, cobrar a regulamentação da Polícia Penal que, segundo o Sindcop, ainda não foi regulamentada por inércia do governo Tarcísio.
O documento foi encaminhado na última sexta-feira (19) e aguarda resposta de Streifinger para que representantes do Sindcop apresentem a pauta da reunião e busquem respostas para as reivindicações.
“Nesta reunião a gente tem uma pauta a ser discutida, por exemplo, a forma com que vem sendo administrada a SAP, comunicados, ordens de serviço e resoluções que se contradizem, a omissão na regulamentação da Polícia Penal vem causando transtornos até para o secretário administrar”, disse o presidente do Sindcop, Gilson Barreto, destacando que faz 33 anos que é servidor da SAP e que entende que essa não é a melhor forma de administrar.
Barreto aponta que, em virtude da inércia e omissão do governo, tem sido necessário um malabarismo para que o secretário possa administrar. “Temos visto um malabarismo do secretário para conseguir administrar, pela inércia do governo Tarcísio em não encaminhar a regulamentação da Polícia Penal. Já vamos para dois anos do governo Tarcísio com a sua inércia e falta de compromisso com suas falas e o sucateamento da Administração Penitenciária de São Paulo, pois é o que está acontecendo, o governador Tarcísio vem promovendo o sucateamento, pois a falta da regulamentação não possibilita nem mesmo concurso público”, disse o presidente.
Barreto fez um alerta para que o sistema prisional não se transforme em caos. “O que vem acontecendo vai criar uma situação de caos no sistema penitenciário e não estão dando ouvidos”, disse.
Ele também lembrou do motim ocorrido neste sábado (20) na Penitenciária 1 de Franco da Rocha, na Grande São Paulo, onde presos atearam fogo em colchões e dois pavilhões tiveram danos. De acordo com nota da SAP encaminhada à reportagem do Sindcop, o Corpo de Bombeiros foi acionado para apagar as chamas e a situação foi controlada pelo Grupo de Intervenção Rápida (GIR), sem a utilização de armas letais. O presidente também lembrou da fuga de sete detentos do Centro de Progressão Penitenciária (CPP) do Butantan, no último dia 17.
“Outras situações menores vão acontecendo no estado e que, embora a SAP publique comunicado para população dizendo que está tudo em ordem, na realidade a situação está muito complicada e está se complicando cada dia mais na SAP”, afirmou Barreto.
O presidente do Sindcop alertou ainda que os servidores estão adoecendo. “O efetivo é baixo e está aquém do necessário, servidores adoecendo e adoecidos, a falta do concurso, a falta da regulamentação, a falta do reconhecimento, da valorização e a inércia, omissão, do governador.
Barreto disse que “o sistema penitenciário é uma parte da segurança pública, não é Polícia Militar que prende, mas tem que cuidar dos que foram presos e julgados, são criminosos e continuam agindo, tanto que, as lideranças do crime organizado estão presas, mas continuam se articulando de qualquer sistema penitenciário dos estados, da União, dentro das unidades prisionais. Enquanto o administrador não entender que nós somos essenciais na cadeia da segurança pública e da Justiça, o caos vai continuar”, explicou o líder sindical. “Enviamos o ofício solicitando reunião com o secretário, pois ele é o responsável da pasta”, finalizou o presidente do Sindcop.
Sobre o motim na Penitenciária 1 de Franco da Rocha, a SAP apontou na nota à reportagem que não houve reféns e nenhum agente foi ferido. Destacou ainda que as visitas foram suspensas no domingo (21), que a motivação do motim será investigada, que foi aberta uma apuração disciplinar e que todos os responsáveis irão responder criminalmente.