Projeto de Tarcísio deixa policiais penais de fora do reajuste salarial e Sindcop cobra esclarecimentos do governo

Apesar do reajuste de apenas 5% proposto pelo governador, os policiais penais nem foram lembrados no PLC enviado à Alesp. “Essa administração é a pior que eu já vi no Estado de São Paulo”, disse o presidente do Sindcop, que falou sobre o tema em entrevista na Rádio Sindcop.

Carlos Vítolo

Da Redação – SINDCOP

Os policiais penais ficaram de fora do reajuste proposto pelo governo de São Paulo, no Projeto de Lei Complementar (PLC), enviado à Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). A proposta de reajuste salarial aponta índice de 5% para diversas categorias de servidores do Poder Executivo, incluindo Secretarias de Estado, da Procuradoria Geral do Estado, da Controladoria Geral do Estado e das Autarquias, deixando de fora a categoria dos policiais penais.

O fato gerou grande insatisfação na categoria, que sempre enfrentou dificuldades durante as negociações de reajuste salarial junto aos governos anteriores e que também vem encontrando ainda mais no governo Tarcísio.

Nesta sexta-feira (2), o presidente do Sindcop, Gilson Barreto, e o diretor Eliseu Carlota, participaram de uma entrevista no programa Revista Nacional, da Rádio Sindcop, onde falaram sobre o assunto.

“Infelizmente, eu acho que a gente pode afirmar que é o pior governo que São Paulo já teve para o funcionalismo público e também para a sociedade em geral. É que a sociedade ainda não se atentou, mas vai chegar um momento que vai cair a ficha, ou seja, já vem caindo”, disparou o presidente do Sindcop.

O presidente do Sindcop disse na entrevista que o sindicato vai oficiar o governo e cobrar esclarecimentos sobre o motivo de os policiais penais terem sido excluídos do projeto de reajuste. “Definimos que vamos oficiar o secretário, um ofício conjunto, porque agora nós temos dois comandos. Temos o secretário, que em janeiro já disse que ele ficaria mais com a situação política, e o Diretor-Geral da Polícia Penal, com a parte operacional. Mas eu acho que é um assunto que afeta tanto um quanto o outro no comando da Polícia Penal e a Administração Penitenciária de São Paulo. Então, a semana que vem nós vamos oficiar, solicitando uma reunião”, disse Barreto.

Ele apontou ainda que, em uma reunião que ocorreu na Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), em 16 de janeiro deste ano, o secretário Marcelo Streifinger disse para membros da diretoria do Sindcop, que o governo já sinalizava a intenção de fazer uma reposição em 2025 e um aumento salarial somente no próximo ano.

“Temos que deixar frisado, o ano que vem é ano eleitoral. Eu perguntei, na época, se a Polícia Penal estaria contemplada, uma vez que, o ano de 2024 tramitou todo ano a regulamentação, que começou em 2023. Em 2023 nós já tivemos ali 6% de aumento. Nós já fomos colocado na vala comum do funcionalismo público. Em 2024, ninguém teve aumento. Como esse projeto nosso, ele já veio se efetivar no ano de 2025, eu perguntei, mas a Polícia Penal vai ser contemplada nessa reposição, né secretário? Ele falou, sim, com certeza”, explicou o presidente durante a entrevista na Rádio Sindcop.

O sindicalista também falou sobre a mudança da remuneração para subsídio. “O policial penal só perdeu. Não teve nenhuma valorização, não teve nenhum ganho, principalmente o pessoal mais antigo, fim de carreira, esses então foram os mais prejudicados pelo governador Tarcísio”, disse.

De acordo com o presidente, esse anúncio de reajuste feito pelo governador e que deixou os policiais penais de fora, será pago somente em agosto, e que o secretário da Casa Civil, Arthur Lima, no ano de 2023, já havia dito que o governador Tarcísio adotaria o mês de julho como data base.

O presidente também cobrou o governador sobre os inúmeros cargos comissionados do governo. “Quais os números dos cargos comissionados? Quais valores são pagos para os cargos comissionados? Eu queria que o governador apresentasse os números dos cargos comissionados, a quantidade de gente que tem nesses cargos e os valores que eles recebem e qual a efetiva necessidade dessas pessoas na administração”, questionou o presidente.

“Eu espero que o ano que vem, a sociedade de São Paulo em geral e não somente o funcionalismo, mas o funcionalismo principalmente, que não se esqueça do que vem acontecendo no governo Tarcísio nas várias áreas. Essa administração é a pior que eu já vi no Estado de São Paulo”, afirmou o sindicalista.

Assista a entrevista na íntegra com o presidente do Sindcop, Gilson Barreto, e o diretor Eliseu Carlota.