Nas mudanças de comportamento, muitas vezes, os indivíduos fazem uso do álcool e das drogas, porque se torna tão insuportável que, para dar conta, ele usa de substâncias psicoativas para se distanciar dessa realidade, explicou a psicóloga.
Carlos Vítolo
Da Redação – SINDCOP
A síndrome de burnout, ou síndrome do esgotamento profissional, foi o tema tratado pelo programa Revista Nacional, da Rádio Sindcop, nesta quinta-feira (29).
Para falar sobre o assunto, o jornalista Carlos Vitolo recebeu a psicóloga, Melissa Tedeschi Veiga, que atende filiados do Sindcop e seus dependentes.
De acordo com o Ministério da Saúde, a Síndrome de Burnout, também conhecida como síndrome do esgotamento profissional, é um distúrbio emocional com sintomas de exaustão extrema, estresse e esgotamento físico resultante de situações de trabalho desgastante, que demandam muita competitividade ou responsabilidade e tem como principal causa o excesso de trabalho. A síndrome é comum em profissionais que atuam diariamente sob pressão e com responsabilidades constantes, como médicos, enfermeiros, professores, policiais, jornalistas, entre outros.
Melissa explicou que a síndrome já é reconhecida pela Classificação Internacional de Doença (CID), através da Organização Mundial da Saúde (OMS), como um fenômeno ocupacional de estresse crônico.
“É importante a gente falar que na vida, a gente desempenha vários papéis. Que o profissional é uma parte deles. Então, a maneira como o indivíduo se comporta, vivencia no papel profissional, diz muito sobre ele na vida”, disse a psicóloga.
Ela também destacou que é importante lembrar que os sintomas vão se instalando aos poucos. “Por isso que é muito importante, através da terapia, do autoconhecimento, você ir se observando e percebendo alguns sintomas. Para chegar no burnout é porque já chegou num estresse extremamente extremo, que impacta negativamente a vida do indivíduo”, orientou a psicóloga.
Durante a entrevista, a psicóloga apontou uma série de sintomas da síndrome.
“Por exemplo, esgotamento emocional. Você vai percebendo, por exemplo, que a sua qualidade no sono está sendo prejudicada, vem as insônias, você vai percebendo uma falta de energia, uma falta de concentração. Sabe aqueles famosos apagões que a gente tem e fala: nossa, o estava falando mesmo? Quando isso começa em excesso, vamos ficar em alerta. O estresse é comum do nosso dia-a-dia, ele faz parte das reações do nosso corpo, mas quando ele se torna de uma maneira que vá trazendo impactos negativos na nossa vida, com maior frequência, a gente tem que ficar atento. Irritabilidade, falta de paciência, esgotamento físico, muitas vezes pode vir com dor de cabeça, sintomas de tensão muscular, problemas gastrointestinais, mudanças de comportamento, isolamento social, não querer muito contato com as pessoas, querer ficar mais em silêncio”, explicou.
Melissa também lembrou que, nas mudanças de comportamento, muitas vezes, os indivíduos fazem uso do álcool e das drogas, “porque se torna tão insuportável que para dar conta ele usa de substâncias psicoativas para se distanciar dessa realidade”.
De acordo com a psicóloga, as empresas também são grandes responsáveis pela síndrome. “As empresas, elas têm que adotar medidas para reduzir os riscos psicossociais no trabalho. Quando a gente fala de risco psicossociais, a gente tá falando de assédio moral, de sobrecarga no trabalho, de estresse, de falta de apoio, falta de orientação, porque cada instituição, cada sistema tem sua cultura organizacional”.
Em relação ao tratamento, a psicóloga disse que “é feito com profissionais da saúde mental, um psicólogo, um psiquiatra, que vai avaliar os sintomas, olhar toda essa realidade junto com o paciente e identificar realmente está relacionado ao trabalho, se é um estresse da vida pessoal. Dependendo da gravidade pode sim entrar com medicação, que aí é a psiquiatria quem entra com a questão medicamentosa”, explicou a psicóloga do Sindcop.
Assista a entrevista e confira as orientações da psicóloga:
Serviço: filiados (as) e dependentes que necessitarem de atendimento devem manter contato com o Sindcop pelo telefone (14) 99748-7006.